Se a vida é um circo...

[...]
Indomáveis feras adormecidas,
sol e chuva, solitários viajores,
a vastidão para meu pequeno corpo
aprendiz de domador,
coração movido a espantos;


O circo e seu bestiário,
a aura mágica do mágico:
a lona esconde desejos
além de meus olhos fátuos.


E lá adiante, meu pai,
um realejo, a sorte lançada,
o dobre de um sino,
a estrada.


O ano que termina foi muito gratificante, por várias razões, e a principal delas foi a publicação de meu livro Arqueolhar, que alguns dos visitantes deste espaço tiveram a oportunidade de ler. O que o internauta lê acima são os versos finais de Circo, último poema do livro. Uso destas palavras para desejar aos leitores um bom Natal e um 2006 cheio de esperanças. Cada um que escolha as suas... Os mais sensíveis, capazes de mergulhar em livros de poesia nesses tempos mercantilistas, certamente compreenderão as minhas.

Escavações

"Em Arqueolhar, Alexandre Marino, mineiro radicado em Brasília, entrega-se a uma experiência que ele considera "quase infantil": a partir do reencontro com diversos objetos perdidos - velhos bonecos, brinquedos, relógios - 'escavar' a própria memória atrás de recordações da meninice. Tal 'arqueologia da infância', ele ressalta, não possui intenções nostálgicas nem autobriográficas: é, antes de tudo, um exercício de imaginação. Marino já publicou Os operários da palavra, Todas as tempestades e O delírio dos búzios."
Nota publicada na edição 67 do jornal literário paranaense Rascunho (novembro/2005).

Orgia das borboletas

Octávio Scapin inaugura seu blog lítero-musical Orgia das Borboletas com um relato vibrante sobre o show do blueseiro Buddy Guy no Rio de Janeiro, no último fim de semana. Buddy Guy todo o mundo sabe quem é; já Octávio Scapin é um nome que vocês devem guardar. Ele é autor de uma ótima balada para o poema O Estranho, que abre o Arqueolhar. Um dia vocês ouvirão e também se emocionarão. E esse título, Orgia das Borboletas, é um achado, não?

Nova resenha

Visitem o Sítio do Alexandre Marino e leiam o estudo do escritor goiano Pedro Paulo Ernesto sobre Arqueolhar. E aproveitem para ler um texto deste escriba sobre Estão todos aqui, novo livro de contos do xará e conterrâneo Alexandre Brandão. E depois fiquem à vontade para comentar.

Direto de Curitiba

Palavras carinhosas do Rui Werneck, meu amigo paranaense, em seu blog NeoPseudoSupra:

"O clipe de hoje é uma grande homenagem ao amigo mineiro sediado em Brasília: Alexandre Marino. Ele me mandou seu mais recente livro. O belíssimo Arqueolhar. Bonito desde a capa, passando pela diagramação até os poemas. E vice-versa. Um garimpo milagroso e da mais alta voltagem. Abraços, Marino."

O clipe a que ele se refere é a música Because Of, do bardo canadense Leonard Cohen, de quem sou fã de carteirinha. Se você clicar no blog do Werneck, poderá ver o clipe.

Bebemorações Arqueolíricas [4]

O músico Babilak Bah, este escriba, Luís Turiba, que lançou seu livro Bala, e o poeta Rique Aleixo, conversando sobre poesia numa mesa da Cantina do Lucas, após o Sempre um Papo do dia 24 de outubro, em Belo Horizonte. Uma pena que vocês não estiveram lá.

Bebemorações Arqueolíricas [3]

Depois do lançamento de Arqueolhar no Projeto Sempre um Papo, em Belo Horizonte (24 de outubro) fomos para a Cantina do Lucas, que ninguém é de ferro. Os escritores Sérgio Fantini, Chico Morais Mendes e Jeferson de Andrade não me deixam mentir.

Bebemorações Arqueolíricas [2]

Antônio Carlos Navarro, editor da LGE, os escritores Salomão Sousa, Wilson Rossato, Ronaldo Costa Fernandes e Fernando Mendes Vianna, além da artista plástica Tânia, flagrados no lançamento de Arqueolhar no Café Martinica, em Brasília. Isso aqui está parecendo coluna social...

Bebemorações Arqueolíricas [1]

Cena do lançamento de Arqueolhar em Brasília, 27 de setembro: a Colônia Passense reunida. Caso raro... Aí estão Willians, este escriba, Anival, Urbano, Paulinho Amauri, Eustáquio Grilo e Rosângela. O garoto é o Thales, filho do Grilo, que já entende de poesia. E música, é claro.

Um poema [4]

Alguns visitantes deste espaço têm observado a dificuldade de encontrar aqui os poemas do livro. Esclareço que alguns poemas foram publicados nos meses de agosto e setembro (basta clicar nos links à esquerda). Mas, para facilitar a leitura, segue abaixo uma pequena amostra do Arqueolhar.


Paisagem Doméstica

É inverno, não importa o tempo, as horas.
O inverno se esconde nos raios do sol.
O fim de tarde arranha as gargantas.
Seres invisíveis inventam a escuridão.

Fecham-se as portas, a gente desvaira.
Um cheiro de café aponta o horizonte.
Deus implora abrigo entre as cortinas.
Pássaros guardam os cantos no terraço.

Vozes velejam no limiar do silêncio.
Notícias antigas no rádio invisível.
Vestígios de velhas fábulas.

Ninguém sabe a história inteira.
Evocam-se vazios invulneráveis.
O tempo é feito de destroços.

Arqueolhar em Ribeirão Preto

Leitores do interior paulista poderão adquirir o Arqueolhar na Livraria Paraler, que possui uma "megastore" no Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto, e em Bebedouro. O livro também é distribuído para livrarias de Barretos, Piracicaba e outras cidades. Leitores de outras cidades que me perdôem, diante de qualquer dificuldade. Poesia é coisa rara... Mas a internet garante o contato. Escrevam.

Um presente do Marcelo Sahea


Vejam o simpático presente que recebi do poeta Marcelo Sahea, no dia do lançamento do Arqueolhar em Brasília: um poema, rabiscado num guardanapo, inspirado pelas primeiras leituras do livro, ainda na mesa do Martinica Café. Marcelo também me presenteou com um exemplar do Carne Viva, seu belo livro de poemas. Um abraço, Marcelo!

Entrevista ao "Hoje em Dia"

Leia no Sítio do Alexandre Marino a entrevista concedida por este autor ao jornalista Alécio Cunha, do jornal mineiro Hoje em Dia, sobre o livro Arqueolhar. E aguarde novas informações...

Notícias de Belô!!


Na última segunda-feira, 24, eu e Luís Turiba lançamos em Belo Horizonte nossos livros Arqueolhar e Bala. O evento foi realizado na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes, local nobre da capital mineira, com realização do Projeto Sempre um Papo. Um bom público, presença de bons amigos, novos e velhos, uma ótima conversa sobre poesia, ilustrada pela leitura de alguns dos poemas dos livros.

Este escriba faz questão de agradecer aos que compareceram e adquiriram os livros, dando um voto de confiança ao nosso trabalho; ao pessoal da imprensa cultural de BH, especialmente do Estado de Minas, Diário da Tarde, Hoje em Dia e O Tempo, além das rádios Guarani e Itatiaia, que nos concederam generosos espaços, e à equipe da AB Comunicação, especialmente Afonso Borges, que realizam um importante trabalho de divulgação da literatura não apenas em Minas, mas também em Brasília e outras capitais.

Nos próximos dias, especialmente na próxima semana, publicarei neste espaço algumas fotos do evento e contarei alguns lances. Peço aos arqueonautas só um pouquinho de paciência...

O palhaço, em 2 tempos!


Aí está um dos personagens principais do Arqueolhar, o palhaço Aço. Da forma como foi encontrado num antigo armário, dentro de um porão, em 2001 (foto colorida)... E na plenitude de sua forma, 48 anos atrás, dentro do chiqueirinho do garoto (ao fundo).

"Arqueolhar" e "Bala" em Belô!

Na próxima segunda-feira, eu e Luís Turiba dividiremos a mesa de debates do Projeto Sempre um Papo em Belo Horizonte para lançar nossos livros - Arqueolhar e Bala. Nosso objetivo é falar sobre a poesia como linguagem no mundo contemporâneo e a importância desse meio de expressão na vida de cada um. Na oportunidade, lançaremos um manifesto de apoio à volta da Bienal Internacional de Poesia, lançada em 1998 e da qual nós dois participamos. Contamos com a presença de leitores, escritores e todos os interessados em poesia! Será na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes, a partir das 19h30.

Deu no Jornal do Brasil:

Trecho da matéria de Ronaldo Cagiano publicada no Caderno B do Jornal do Brasil, domingo passado (16/10), sob o título Um poeta que crê na força da linguagem:

"A ousadia em Arqueolhar não é jogo arquitetônico ou visual, mas o poder de transfiguração da palavra a partir de antigos referenciais, voltados para a verdadeira comunicação da arte, permitindo inovar e renovar dentro da própria tradição.

Nas escavações desse mundo que ficou para trás e se insinua como um ricochete no inconsciente - e aqui reside o sentido arqueológico de seu olhar -, o autor não postula uma reverberação saudosista ou um refluxo nostálgico, mas tematiza poeticamente experiências importantes para sua formação humana e intelectual, encetando um diálogo entre tempos e espaços distintos.

O mergulho nesse ''oceano de fantasias'' transforma-se em catarse e oferece momentos de verdadeira epifania, ao mesmo tempo em que a evocação do passado constitui-se em pano de fundo para uma leitura existencial e a compreensão da relação do homem com o seu meio e sua gente."

A matéria está publicada na íntegra no Sítio do Alexandre Marino e foi reproduzida no site da Livraria Cultura, na página de informações sobre Arqueolhar. Para visualizá-la, basta digitar "arqueolhar" na busca por um título, e ao aparecer o livro clicar na capa.

Lançamento em BH


Projeto Sempre um Papo. Dia 24 de outubro, segunda-feira, a partir de 19h30, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes. Ao lado de Luís Turiba, que lançará o seu Bala. Conversaremos sobre poesia, jornalismo e outros temas afins.

Escritores desaparecidos!

Guido Heleno sumiu. Alguém sabe do paradeiro de Guido Heleno? A última vez que foi visto trajava um chapéu de feltro cor de areia, com uma fita multicolorida envolvendo a copa. O chapéu era tão vistoso que as testemunhas não souberam dar informações precisas sobre o restante do traje do Guido, a cor da camisa, o modelo da calça. As testemunhas confirmaram que Guido passou pelo Café Martinica na noite do lançamento do livro Arqueolhar. Ele entrou na fila, recebeu a dedicatória, ficou mais alguns minutos e desapareceu.

Guido Heleno é talvez o mais antigo amigo que tenho em Brasília. Eu o conheci em Belo Horizonte, apresentado pelo Antônio Barreto, outro que não tem dado notícias, mas já morava em Brasília quando vim para cá, em 1982. O primeiro livro dele que li foi o Pássaro de Luz, pequeno mas denso livro de poemas publicado naquele mesmo ano e que releio de vez em quando. Seu conto Sax noite a dentro, que faz parte da Antologia do Conto Brasiliense (Projecto Editorial, 2004), é um achado. Guido já publicou muitos livros infanto-juvenis, vários deles em parceria com o desenhista Jô Oliveira. Guido provavelmente está preparando alguma surpresa. Faz tempo que não publica nada.

Outro desaparecido é o Jason Tércio, autor de um belo romance sobre a vida dos brasileiros em Londres, num tempo em que a polícia londrina não assassinava brasileiros - Pão de queijo em Hyde Park, título que numa edição posterior ele mudou para A pátria que me pariu. O caso desse é ainda mais misterioso, porque ele voltou para Brasília depois de morar alguns anos no Rio de Janeiro, onde escreveu e organizou vários livros sobre o cronista Carlinhos Oliveira. É duplamente desaparecido.

Tércio também estava no Martinica naquela noite, e foi visto em animada conversa com Guido Heleno. Tércio é outro de meus mais antigos amigos de Brasília, e permaneceu nessa condição mesmo na época em que, durante acaloradas discussões, defendia com unhas e dentes o voto em Lula, que deu no que deu. Tércio me foi apresentado pelo Menezes y Moraes, mas esse é desaparecido nato. Não costuma aparecer nem em lançamentos de livros, e pelo jeito vai continuar assim
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Livraria Cultura

Além das livrarias citadas no post "Pontos de venda em Brasília", o Arqueolhar também pode ser adquirido na Cultura do Casa Park. Dessa forma, o livro fica disponível para todo o Brasil pelo site da Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br). É uma opção para quem estiver fora de Brasília, embora esteja prevista a sua distribuição por uma ampla rede de livrarias.