Um sucesso

A antologia Todas as Gerações - o Conto Brasiliense Contemporâneo, um dos livros mais vendidos em vários dos estandes da Feira do Livro de Brasília, encerrada a 7 de setembro, está prometendo fazer uma bela carreira. O livro já está distribuído nacionalmente, em especial nas lojas da Livraria Siciliano, uma das maiores redes do Brasil. O lançamento no sábado passado, 16, lotou a loja do Pátio Brasil Shopping, em Brasília. A Editora LGE já rodou uma segunda edição, para atender os pedidos dos diversos distribuidores espalhados pelo Brasil. O livro também pode ser adquirido pela internet, nas lojas virtuais da Siciliano e da Cultura, entre outras.
Todas as Gerações reúne 102 autores que vivem e escrevem em Brasília, pacientemente reunidos por Ronaldo Cagiano, que organizou a antologia. Boa leitura!!

A premonição


É simplesmente chocante o poema Réquiem para o poeta, de Fernando Mendes Vianna, publicado pelo Caderno Pensar do Correio Braziliense de hoje, 16 de setembro. Escrito a 13 de agosto, menos de um mês antes da morte do poeta, é a prova maior de que Fernando tinha uma premonição - a de que seu tempo estava prestes a esgotar-se.
O Correio Braziliense fez uma bela homenagem ao escritor, ao publicar, além do Réquiem, outros quatro textos: uma análise de sua obra, por Fernando Marques; um poema de Ronaldo Costa Fernandes; outro do próprio Mendes Vianna, As trevas, recolhido de seu livro Proclamação do barro, além de uma reflexão deste escriba.
Vi o Fernando pela última vez no dia 8 de julho, quando ele esteve em minha casa para comemorar meu aniversário (a foto ao lado foi feita pela Cristina Bastos). Estava iluminado, como sempre.

Lançamento no sábado, 16


A antologia Todas as Gerações - O conto Brasiliense Contemporâneo, organizada por Ronaldo Cagiano e que conta com a participação deste escriba, será lançada no próximo sábado, 16, a partir das 19 horas, na Livraria Siciliano do Pátio Brasil. Conto com a presença de todos.

Um poema de Fernando Mendes Vianna


Soneto da ressurreição

Nas frondes do meu peito cantam pássaros
de descante quase congelado.
Primavera, neste amor renasço,
desfazendo o inverno do passado.

O vôo que me enleva rompe o espaço
da gaiola do viver domesticado,
e jorra um fluxo rubro sobre o aço
dos barrotes do canto jugulado.

Este amor tudo inunda. Apaga os traços
do meu rastro de nós, medos e laços.
Humo, espraia-se em mim de lado a lado.

Enfim me lanço à vida com meu brado
de bardo e bicho rubro no chão baço!
Amor nas mãos do estar, meu ser refaço.



Fernando Mendes Vianna (1933-2006)

Adeus, amigo

Fernando Mendes Vianna deixou-nos neste domingo, 10 de setembro. Um infarto fulminante o levou, enquanto escrevia, sentado numa poltrona, no escritório de sua casa. Todas as homenagens serão inúteis, embora plenamente merecidas.