UMA ODISSEIA NA FICÇÃO


Meu avô morreu em 1975, sem jamais acreditar que o homem foi à lua. Lembrei-me dele ao rever, pela enésima vez, 2001, Uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrick, agora com a nitidez proporcionada pelo blue-ray. No filme, um clássico do cinema, dois astronautas viajam em direção a Júpiter numa nave controlada por um computador avançadíssimo, capaz de dialogar, deduzir, refletir e sentir.

Filmado com efeitos especiais nunca vistos no cinema, que até hoje não perderam a força, 2001 foi lançado em 1968, um ano antes da suposta viagem dos astronautas norte-americanos à lua. A epopéia de Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins foi uma resposta dos Estados Unidos à União Soviética, que haviam colocado um astronauta na órbita da Terra. Em plena Guerra Fria, a façanha foi uma vitória diante dos soviéticos.

 
Existem muitos indícios de que a viagem à lua não passou de uma montagem, uma farsa, uma ficção. Observações nas fotografias dos astronautas no solo lunar, divulgadas pela agência espacial norte-americana Nasa, revelam contradições, como a penumbra, inexistente em ambiente sem atmosfera, marcas de pegada onde não deveriam existir, devido à falta de gravidade, ausência de sinais do propulsor do módulo lunar, exposição dos astronautas à radiação solar, mortal naquelas condições, e muitas outras evidências – ou razões para dúvidas.


Há quem identifique o cineasta Stanley Kubrick numa foto anterior, produzida pela própria Nasa, o que poderia significar que ele contribuiu para a farsa. No contexto político daquela época, poderia ter sido possível ao governo norte-americano convencer alguns participantes da importância da conquista, ainda que fictícia, da lua. 

 
Ao rever o filme 2001, Uma odisséia no espaço, lembrei-me de toda essa história ao observar os detalhes das naves espaciais e especialmente das cenas passadas na lua, em cenário extremamente parecido com o das filmagens da viagem supostamente forjada. Nos créditos, no final do filme, há agradecimento aos cientistas que prestaram consultoria para roteiro e filmagens.

 
Para fazer um filme que, mais de 40 anos depois de lançado, permanece moderno e futurista, Stanley Kubrick e seu parceiro, o escritor Arthur Clarke, precisaram de uma competente assessoria, para que os detalhes científicos não se tornassem inverossímeis. Precisaram também de projetos de naves espaciais e outros equipamentos, que o governo norte-americano e a Nasa poderiam ter cedido, em troca de algum tipo de compensação. Era a parceria perfeita para dois filmes de ficção científica, e não apenas um. 

 
Assim como todas as obras de arte, o filme possui várias camadas de leitura, que vão de uma simples história de ficção a todo o simbolismo sobre a evolução da humanidade. O tempo, o ritmo, a fotografia, os cenários, tudo permanece perfeito. Do gesto do símio que transforma um osso em arma, no início do filme, ao olhar do feto diante da Terra, na cena final, 2001 é uma obra-prima do cinema. Inesquecível.

PAISAGEM NA NEBLINA


Esta é uma das mais belas cenas que já vi no cinema. Está em Paisagem na Neblina, do grego Theo Angelopoulos. Essse filme encabeçaria a lista dos que eu levaria para uma ilha deserta, com certeza. Quem viu o filme há de se lembrar da cena. É uma obra de arte carregada de simbolismo, uma lição de como a vida, em seu sentido mais amplo, pode ser profundamente refletida em uma história que se conta em duas horas. Agora, acabo de saber que Angelopoulos, aos 76 anos, acaba de falecer, em consequência de um atropelamento. É muito difícil aceitar e compreender. É um daqueles mistérios que ele próprio tentou desvendar com os belíssimos filmes que nos deixou.

O TRAVESTI DO AMAURY

O jornalista Amaury Ribeiro Jr. virou celebridade nas redes sociais. O nome não me era estranho. Fui ao Google e uma matéria da Folha de S. Paulo me informou que ele é ligado ao "grupo de inteligência" da campanha de Dilma Rousseff. Não confio muito na Folha, mas se a matéria não foi desmentida, deve ser verdade.

Amaury escreveu o livro Privataria Tucana, bombando entre os best-sellers. O livro é um cozinhado de um dossiê que ele preparou contra José Serra - primeiro por encomenda de Aécio Neves, depois vendido ao PT. É estranho, mas são coisas da política.

Como se vê, Amaury só circula entre bonna gente. Mas eu sabia que o conhecia de outras plagas. Afinal, detesto os políticos - todos os políticos - e deles quero distância, assim como de seus agregados. Aí fui pesquisar minha coleção de bolachões, e achei uma preciosidade, o LP Precoce, do Amaury, lançado em Belo Horizonte em 1992. O disco é raridade até nos sebos. Certamente a produção de dossiês é muito mais lucrativa do que a música, mas até que Amaury levava jeito.