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BREVE MEMÓRIA DA BIENAL DE POESIA

Ao falar para uma platéia de 700 pessoas que lotavam o auditório do Museu da República, na abertura oficial da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, o poeta Affonso Romano de Sant´Anna perguntava por que o século XX, o mais sangrento da História, insistiu tanto em decretar a morte da poesia. E não apenas da poesia – falou-se em morte do livro, morte do romance, morte da história, morte da arte. Ninguém soube responder – espera-se, agora, que se decrete, isto sim, a morte dessa conversa. Em Brasília, a poesia mostrou-se viva e vigorosa, ao longo dos cinco dias da Bienal. Foi um contraponto aos chatíssimos desfiles militares da Semana da Pátria.

O QUIXOTE CONTRA OS POLÍTICOS CABEÇA-DE-VENTO
O evento, promovido pela Secretaria de Cultura do DF com o apoio de grande número de instituições e entidades, realizou-se graças à batalha quixotesca de Antonio Miranda, poeta, professor e diretor da Biblioteca Nacional de Brasília. Houve falhas, gafes, frustrações. Mas houve também grande mobilização de escritores e público em torno de uma proposta, reconheçamos, pretensiosa. Não do poder público, é claro. A experiência só vai se tornar tradição na cidade se for transformada em lei. Fora algumas experiências isoladas, o poder público no Brasil não prioriza eventos como esse.

O GOVERNADOR CONFESSOU QUE ERA POETA

Ao contrário do poeta e compositor Arnaldo Antunes, que não veio abrir o evento porque faltou dinheiro, o governador José Roberto Arruda compareceu à abertura. Chegou de helicóptero. Falou sobre sua infância e adolescência, e confessou que não estudou letras porque o pai não permitiu. Teve a coragem de recordar a derrubada dos totens poéticos do artista plástico Gougon por funcionários do governo. E até falou um poeminha. O público estava de alto astral e preferiu não vaiá-lo.

UM NOVO MOVIMENTO POÉTICO
“A modernidade fez a apologia do desencontro, invertendo o pacto que sempre houve entre poeta e comunidade”, falou Affonso Romano. “Se no passado o poeta era um oráculo e falava em nome da tribo, nos tempos atuais ele se escondeu para monologar.” Sant´Anna convoca os poetas para tomar de assalto os novos canais e recuperar o tempo perdido no século XX. É possível, se não mensurável, que isso já esteja acontecendo com a ajuda da internet, que abriu novas possibilidades de troca e divulgação, e um novo movimento poético se encontre em plena eclosão.

POETAS ESTRANGEIROS NÃO ATRAÍRAM PÚBLICO
A multiplicação de eventos cidade adentro levou bom público a auditórios, galerias, bares e cafés, bibliotecas, exposições. O Simpósio de Crítica de Poesia, realizado na UnB, foi prestigiado e agradou os ouvintes inscritos. Infelizmente, aquele que era talvez o programa mais interessante da Bienal, que reuniu grande número de poetas estrangeiros para leitura de seus textos, foi o que menor público atraiu. Acuado nos auditórios do Museu da República e com um nome péssimo – “Sessões magnas” – o evento estimulou pouca gente a se mover até lá.

REVERÊNCIA À POESIA E AOS LIVROS
Mais importante que a dimensão do público foi a reverência à poesia, o que se observou em praticamente todos os espaços. A ampla distribuição gratuita de livros, no primeiro dia da Bienal, chegou a ser surpreendente. Às quatro antologias comemorativas do evento se juntaram grande número de livros, por autores e editores a quem parecia importar apenas a disseminação da poesia. Foi um espetáculo.

UMA GRANDE CELEBRAÇÃO
A idéia de distribuição gratuita de livros foi de Antonio Miranda, que contagiou participantes e o próprio público a fazer parte dessa idéia grandiosa. Muitos supunham que o projeto era excessivamente grande. Miranda achava que não, mas fez questão de advertir que só daria certo se houvesse empenho e envolvimento dos próprios poetas. Houve. Tanto de Brasília, quanto dos que espontaneamente vieram de outros lugares, movidos pela vontade de participar. Ao contrário de outras bienais envolvendo livros e literatura, a Bienal de Poesia de Brasília nada teve de comercial; foi uma grande celebração.

FIGURAÇAS, OS HOMENAGEADOS
A Bienal Internacional de Poesia de Brasília elegeu quatro poetas como homenageados oficiais, e eles estiveram entre as figuras mais interessantes do evento. Affonso Romano de Sant´Anna fez uma belíssima palestra sobre a resistência da Poesia. Reynaldo Jardim, garoto de 82 anos, marcou presença nos eventos, surpreendendo até quem o conhece. E a exposição sobre sua obra, no terceiro andar da Biblioteca Nacional, é simplesmente imperdível. Thiago de Mello, na Feira do Livro, e Wlademir Dias-Pino, na exposição Obranome-2, outras boas lembranças.

CAMPANHA PELA IMPLOSÃO DO CONJUNTO CULTURAL
Apesar do aspecto imponente, o Conjunto Cultural da República, formado por um museu inadequado para grandes exposições e uma biblioteca sem espírito agregador de leitores, é o grande vacilo na obra do arquiteto Oscar Niemeyer. Sem rampas de acesso ou mesmo escadas, a não ser as de incêndio, a biblioteca provoca aglomerações diante dos elevadores em qualquer evento que atraia mais de uma dezena de pessoas. Deveriam implodir tudo e fazer de novo.

O JORNAL E AS PAUTAS PERDIDAS
A imprensa agiu burocraticamente, sem espírito de reportagem. O Correio Braziliense, principal jornal de Brasília, anunciou o evento com bons espaços, mas dele nada aproveitou. Apesar da presença de grandes autores na cidade, muitos estrangeiros, foi incapaz de realizar uma entrevista ou uma matéria mais aprofundada. Não teve a curiosidade de ver – e informar sobre – o que estava acontecendo nos mais diversos espaços onde houve programação. Havia dezenas de boas pautas se oferecendo ao Caderno de Cultura, e todas se perderam.

FEIRA DO LIVRO, O VEXAME
A Feira do Livro, que a Câmara do Livro do Distrito Federal insiste em realizar em local inadequado e improvisado – os corredores externos do shopping Pátio Brasil – tentou pegar carona na Bienal e acabou se tornando um vexame. Trouxe quatro escritores portugueses para um lançamento que não houve, as palestras e recitais foram prejudicados pela falta de isolamento acústico de ambientes improvisados, e ainda foi ameaçada de terminar antes da data marcada, por falta de recursos.

LIGA TRIPA ENCERRA POEMAÇÃO

A participação do grupo Liga Tripa foi o fecho perfeito para o Poemação, evento realizado no sábado, 9 de setembro, no Café Martinica, dentro da programação da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília. O Liga Tripa é uma instituição da cultura brasiliense e vários poetas gravitam ao redor do grupo, que na verdade é mais que um grupo de música: é um movimento cultural.

O Poemação do Café Martinica reuniu poetas da cidade, além de alguns convidados de fora, para apresentar sua poesia ao público. O evento aconteceu de quinta a sábado, e outros bares e cafés promoveram eventos semelhantes. No Martinica, todos os poetas eram jornalistas profissionais. A I Bienal Internacional de Poesia de Brasília envolveu milhares de pessoas, entre público e participantes, muitos dos quais vindos de fora de Brasília e do Brasil.

O Martinica recebeu grande público nas três noites, que permaneceu atento e curioso. No sábado, participaram este que lhes escreve (também responsável pela coordenação do projeto), Ariosto Teixeira, Fernando Marques, Aloísio Brandão, Ivan Sérgio, Luís Martins, Paulo José Cunha e Vicente Sá. Apresentaram-se ainda Ronaldo Werneck, vindo de Cataguases (MG), o músico Octávio Scapin, vindo de Goiânia, e o ator Adeilton Lima.

Os músicos José Cabrera e Tiago Vovô acompanharam, respectivamente, Fernando Marques e Octávio Scapin. O poeta Fábio Carvalho leu alguns versos (ou artigos?) de seu livro A Constituição da Poesia.

Leia aqui todas as notas e informações sobre a Bienal Internacional de Poesia de Brasília publicadas neste blog.

POESIA FAZ A CABEÇA EM BRASÍLIA


O poeta Fabrício Carpinejar está em Brasília mergulhado nas atividades da I Bienal Internacional de Poesia. Para não deixar dúvidas, ele trouxe a poesia na cabeça. Veja esta e outras fotos da Bienal no Flickr.

POETAS JORNALISTAS NO MARTINICA

O Poemação, evento integrante da programação da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, apresenta, nesta quinta-feira, 4, e no sábado, 6, no Café Martinica (303 norte), um grupo de jornalistas da cidade que têm na poesia seu meio de expressão pessoal.

A apresentação começa pontualmente às 21h30. Na foto, alguns dos participantes: Ariosto Teixeira, Ivan Sérgio, Guido Heleno e Alexandre Marino (de pé); Luiz Martins, Aloísio Brandão, Paulo José Cunha e Carla Andrade (sentados).


Na sexta-feira, 5, será a vez do grupo OiPoema, formado por Luís Turiba, Nicolas Behr, Amneres Santiago, Cristiane Sobral, Bic Prado e Paulo Djorge.

POESIA PARA TODOS OS GOSTOS

O livro de poemas Arqueolhar, deste autor que lhes escreve, e a antologia Deste Planalto Central, que reúne 50 poetas participantes da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, estarão ao alcance do público a partir desta quarta-feira, 3 de setembro, na Mini-Feira do Livro de Poesia, que funcionará até o próximo domingo, 7, nos pilotis da Biblioteca Nacional de Brasília.

Arqueolhar, editado pela parceria LGE-Varanda em 2005, com ótimo acolhida da crítica, será vendido pela metade do preço de tabela. Ele também poderá ser adquirido no Café Martinica, durante o Poemação, evento que acontecerá na quinta, sexta e sábado (4, 5 e 6), a partir das 21h, reunindo diversos poetas da cidade numa grande confraternização lírica.

Deste Planalto Central, organizado por Salomão Souza, será distribuído gratuitamente aos interessados, a partir da tarde desta quarta-feira, 3, na Biblioteca Nacional, durante e após a abertura oficial da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, marcada para as 18h30, no auditório do Museu da República.

Veja a programação completa da I BIP no sítio oficial do evento .

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Bienal de Poesia-2008 para ler todas as notícias e comentários sobre a I BIP neste blog.

TUDO PRONTO PARA A FESTA DA POESIA


A I Bienal Internacional de Poesia de Brasília (BIP) será aberta oficialmente nesta quarta-feira, 3 de setembro, no auditório do Museu da República. O poeta Affonso Romano de Sant´Anna, um dos homenageados da Bienal, fala sobre "As muitas vidas e muitas mortes da Poesia", e em seguida o grupo VivoVerso, da UnB, realiza recital que enfatiza a vertente lírica da obra de Sant´Anna.

Os eventos que fazem parte da I BIP estarão acontecendo desde cedo. Na Biblioteca Nacional, podem ser vistas mostras de Poesia Visual e Arte Poética. O Simpósio de Crítica e Poesia, que acontece de 3 (quarta) a 5 (sexta) no Anfiteatro 9 da UnB, terá início às 8h30, prosseguindo à tarde, a partir das 14h30.

A Câmara do Livro do DF organiza a Mini-Feira do Livro de Poesia, nos pilotis da Biblioteca Nacional, no Conjunto Cultural da República, com abertura às 15h30. No mesmo local, a partir das 17h30, terá início o Poemação da Praça da Cultura, com a Cena Contemporânea e poetas convidados.

No Cine Brasília, sessões às 16h30 e às 20h exibem vários filmes, entre curtas e longas, sobre poetas brasileiros.

As sessões magnas, dedicadas aos poetas estrangeiros e brasileiros convidados, terão leituras de poemas pelos autores, na língua original, com tradução simultânea projetada em telão. Serão realizadas no auditório do Museu da República, nos dias 4, 5 e 6, às 19h e 21h.

O concerto poético-musical Canto Latino América, da cantora chilena Elga Perez-Laborde, encerra a noite, no auditório do Museu, a partir das 22h30. Também participam o teatrólogo peruano Mario Delgado e a poetisa brasiliense Aglaia Souza, os violonistas Carlos Pascoal e Felipe Valoz; Kátia Almeida no violoncelo e piano e Jorge Macarrão na percussão.

Veja a programação completa da I BIP no sítio oficial do evento .

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BIENAL DE POESIA: PROGRAMA DA QUARTA-FEIRA

SOLENIDADE DE ABERTURA DA I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASÍLIA
Museu Nacional do Conjunto Cultural da República
Homenagem aos poetas Reynaldo Jardim, Affonso Romano de Sant’Anna, Wlademir Dias-Pino e Thiago de Mello
Início às 18h30

Conferência Magna Inaugural da I BIP
Affonso Romano de Sant’Anna
Recital-homenagem ao poeta Affonso Romano - Fale-me de Amor!
Grupo VivoVerso – Grupo de Pesquisa de Poesia Contemporânea da UnB

Canto Latino América
Auditório do Museu Nacional
Conjunto Cultural da República, 22h
Concerto poético-musical com Elga Pérez-Laborde (Chile) interpretando as vozes poéticas de Garcia Lorca e Pablo Neruda, José Marti e Violeta Parra, Chico Buarque e Antonio Miranda, entre outros. Declamação de poemas de Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Cassiano Nunes e outros, por Mario Delgado (Peru) e Aglaia Sousa (DF). Com Carlos Pascoal e Felipe Valoz (violões); Kátia Almeida (violoncelo e piano) e Jorge Macarrão (percussão). Entrada franca.

DIARIAMENTE (confira os detalhes no sítio oficial da BIP):

SIMPÓSIO DE CRÍTICA DE POESIA
Homenageado: Affonso Romano de Sant’Anna.
UnB/Anfiteatro 9
De 3 a 5 de setembro, das 8h30 às 12h e 14h30 às 18h.
Exige inscrição prévia.

SESSÕES MAGNAS
Dedicadas aos poetas estrangeiros e brasileiros convidados, consistirão em leituras de poemas pelos autores, na língua original, com tradução simultânea projetada em telão. Serão realizadas no auditório do Museu da República, nos dias 4, 5 e 6, às 19h e 21h.

POEMAÇÃO

Recitais de poesia e música; projeções de vídeos poéticosAo longo da semana, na Praça da Cultura, Café Martinica, Balaio Café, Rayuela Bistrô, T-Bone, Livraria Café com Letras e vários outros locais. Confira dias, horários e poetas participantes no sítio oficial da BIP. Toda a programação do Poemação acontece à noite, com exceção da Praça da Cultura, a partir das 17h.

Poemação Praça da Cultura
Cena Contemporânea
Praça do Conjunto Cultural da República
A partir de 17h, nos dias 3, 4, 5 e 6.

EXPO ARTES PLÁSTICAS & POESIA

OBRANOME 2 – Expo de Poesia Visual
Homenageado: Poeta gráfico Wlademir Dias-Pino
Projeto e curadoria: Wagner Barja
Museu da República
Até 28/09
Terça a domingo, de 9h a 18h30

REVANGUARDA - Mostra da arte poética


Reynaldo Jardim, homenageado da I BIP
Biblioteca Nacional de Brasília, 3. andar.
Segunda a domingo, de 9h a 18h
e várias outras mostras na Biblioteca Nacional, no mesmo horário

MINI-FEIRA DO LIVRO DE POESIA


Exposição de títulos e lançamento coletivo
Pilotis da Biblioteca Nacional de Brasília
15h30

MOSTRA DE CINEMA POESIA

Cine Brasília - 4 a 7 de setembro - 16h30 e 20h.

20h, 4 e 5 de setembro,
A Babel da Luz (Sylvio Back)
Cruz e Sousa, o Poeta do Desterro (Sylvio Back)

20h, 6 e 7 de setembro
Cora, Doce Coralina (Armando Lacerda e V. Fonseca)
Castro Alves – Retrato Falado do Poeta (Silvio Tendler)

16h30, 4 a 7 de setembro
O Poeta (Paulo Munhoz)
Cora Coralina - O chamado das pedras (Adriana de Andrade e Waldir Pina)
Assaltaram a Gramática (Ana Maria Magalhães)
Viva Cassiano! (Bernardo Bernardes)

Também há eventos na Feira do Livro de Brasília, realizada no Pátio Brasil Shopping.

Veja a programação completa da I BIP no sítio oficial do evento
.

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Bienal de Poesia-2008
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BRASÍLIA EM CLIMA DE POESIA

A I Bienal Internacional de Poesia de Brasília será aberta na próxima quarta-feira, 3, mas a cidade já se adianta e entra no clima poético antes mesmo da abertura oficial.

No Espaço Cultural Mosaico (SCRN 714/715, Asa Norte), poetas diplomatas e estrangeiros residentes em Brasília conversam nesta terça-feira, 2 de setembro, com o ator Adeilton Lima e com o público e apresentam seu trabalho. Participam: Eduardo Mora-Anda (Equador), Wilfredo Machado (Venezuela), Carlos Guerrero e Maria Romeu (México), Alfonso Hernández (Espanha), Javier Iglesias (Cuba) e o músico brasiliense George Durand.

Na quarta, 3, o escritor português José Luís Peixoto autografa seus dois romances publicados no Brasil, Nenhum Olhar (Ed. Agir) e Cemitério de Pianos (Ed. Record) na Livraria Café com Letras (CLS 203, Asa Sul). Peixoto é poeta e tem um texto elaborado que por si só vale a leitura.

Este blog dará informações diárias sobre a Bienal de Poesia e recomendará alguns eventos, dentro da vasta programação que terá início na quarta e prosseguirá até o domingo, 7.

Que semana da Pátria, que nada. É semana da Poesia!!

POETAS JORNALISTAS NO POEMAÇÃO


O jornalista Clark Kent tinha uma identidade secreta que todos conhecemos. Alguns jornalistas de Brasília têm uma identidade secreta que poucos conhecem: são poetas. Nos dias 4, 5 e 6 de setembro (quinta, sexta e sábado), eles se revelarão ao público, falando seus poemas no palco que será montado no jardim do Café Martinica (CLN 303, bloco A), dentro da programação do Poemação, evento que integra a I Bienal Internacional de Poesia de Brasília (BIP). Esses profissionais do jornalismo brasiliense mostrarão que, embora não sejam super-homens, também têm superpoderes.

Dois grupos de poetas (alguns, também músicos) ocuparão o palco nas noites de quinta, 4, e sábado, 6. Está confirmada a participação de Alexandre Marino, Anand Rao, Angélica Torres, Ariosto Teixeira, Carla Andrade, Guido Heleno, Ivan Sérgio, Fernando Marques, Luiz Martins, Paulo José Cunha e Vicente Sá.

A noite de 5 de setembro será reservada ao grupo OiPoema, formado por Luís Turiba, Amneres, Bic Prado, Cristiane Sobral, Nicolas Behr e Paulo Djorge.

Está prevista ainda a participação muito especial do cantor e compositor Octávio Scapin, jovem revelação da boa música de Goiânia, e de alguns poetas convidados da Bienal, vindos de outras cidades do Brasil.

O POEMAÇÃO VEM AÍ

Um dos mais aguardados eventos da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília (BIP), o Poemação, começa a tomar forma. Na noite de ontem (quarta-feira, 30), começamos a definir como será a apresentação dos poetas nas noites de 4, 5 e 6 de setembro no Café Martinica.

O Poemação será realizado, nessas datas, em vários espaços da cidade - Balaio Café, Rayuela, Livraria Café com Letras, Café Savana, Bistrô Bom Demais, entre outros. No Café Martinica, o Poemação reunirá poetas-jornalistas, alguns também músicos, como Anand Rao e Ivan Sérgio. Também poderão ser incluídos, nessas apresentações, poetas convidados da Bienal vindos de outras cidades.

Na foto que ilustra esta postagem, quatro poetas que participarão do Poemação no Martinica: Ariosto Teixeira, Ivan Sérgio, Carla Andrade e este que lhes escreve.

Vamos em frente. Tudo indica que a BIP será o maior evento de poesia que a cidade já viu.

BIENAL DE POESIA PROMETE AGITAR BRASÍLIA

Saraus poéticos, exibição de filmes, projeção de audiovisuais, exposições de artes plásticas, apresentações musicais - todas essas linguagens, sempre girando na órbita da poesia, comporão a programação da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, que acontece de 4 a 7 de setembro. O evento terá ainda o Simpósio de Crítica de Poesia, coordenado pela professora e poeta Sylvia Cintrão, da UnB.

Os organizadores trabalham, agora, para fechar a programação, que contará com dezenas de poetas convidados, do Brasil e exterior. Um dos eventos que promete agitar a cidade é o Poemação, que reunirá autores de diferentes estilos em bares e cafés da cidade. Destaque para o Café Martinica (303 norte), que contará com a apresentação de um grupo selecionado de poetas jornalistas. O Martinica também abrirá seu espaço para um espetáculo do Oi Poema, grupo que reúne Luís Turiba, Amneres Santiago, Nicolas Behr, Bic Prado e Cristiane Sobral, entre outros.

A abertura do evento, no dia 4, terá uma apresentação do ex-titã Arnaldo Antunes. Entre os autores do exterior, virão, entre outros, os peruanos Antonio Cisneros, Manuel Pantigoso e Mario Delgado, o português Luis Serguilha, os espanhois Eduardo Garcia, Juan Pajares, Alicia Miralles e Juan Carlos Reche, entre outros. Entre os brasileiros, destaque para Capinan, Affonso Romano de Santanna, Fabrício Carpinejar, Alice Ruiz, Sylvio Back, Horácio Costa, Xico Chaves e Floriano Martins.

Leia
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PROGRAMAÇÃO DE CINEMA É DESTAQUE DA BIENAL DE POESIA

A Mostra de Cinema-Poesia da I BIP, que ocupará o Cine Brasília na primeira semana de setembro, vai oferecer oito imperdíveis filmes sobre poetas brasileiros. Em dois longas, um média e cinco curtas, entre ficção e documentário, todos premiados, o público vai ver a história e a poesia de Castro Alves, Cruz e Sousa, Cora Coralina, Cassiano Nunes e Paulo Leminski, Waly Salomão, Chico Alvim, Chacal e Helena Kolody.

Os dois longas narram a conturbada e apaixonada trajetória de Castro Alves (Retrato Falado do Poeta), sob a direção magistral de Silvio Tendler; e de Cruz e Sousa (O Poeta do Desterro), o primeiro simbolista brasileiro, biografado por Sylvio Back. Entre os curtas está mais um de Back, A Babel da Luz, em que o polêmico cineasta e poeta catarinense revela a poetisa sulista Helena Kolody, então com 80 anos.

Outra poetisa protagonista da mostra é a goiana Cora Coralina, homenageada em dois belos curtas pelos cineastas brasilienses Waldir Pina (Cora Coralina: O Chamado das Pedras) e Armando Lacerda/Vicente Fonseca (Cora Doce Coralina). Também de Brasília é a produção de Viva Cassiano!, com que Bernardo Bernardes celebra o poeta Cassiano Nunes, patrimônio da literatura brasiliense, falecido no ano passado.

Assaltaram a Gramática, de Ana Maria Magalhães, apresenta em linguagem de videoclipe os poetas da geração chamada marginal, Paulo Leminsky, Chico Alvim, Waly Salomão e Chacal numa ficção performatizada. Raridade, o documentário homenageia Ana C. César e tem Lulu Santos, os Paralamas e Scarlet Moon na canção-tema. A mostra da BIP traz ainda o desenho animado O Poeta, de Paulo Munhoz, filme premiadíssimo e que tem novamente Leminsky na trama, além de Fernando Pessoa.

Mostra de Cinema Poesia na I BIP – No Cine Brasília

4 e 5/9, às 20h: A Babel da Luz (Sylvio Back) e Cruz e Sousa, o Poeta do Desterro (Sylvio Back).
6 e 7/9, às 20h: Cora, Doce Coralina (Armando Lacerda e V. Fonseca) e Castro Alves – Retrato Falado do Poeta (Silvio Tendler).
4 a 7/9, às 16h30: O Poeta (Paulo Munhoz), Cora Coralina - O chamado das pedras (Waldir Pina), Assaltaram a Gramática (Ana Maria Magalhães) e Viva Cassiano! (Bernardo Bernardes).

(Com informações da Assessoria da Biblioteca Nacional de Brasília, que promove o evento)

I Bienal de Poesia promete iluminar Brasília

O espírito da Poesia vai visitar Brasília e lançar sobre a confusão dessa cidade, onde a beleza da arquitetura e as negociatas políticas se confundem, seu claro raio ordenador. De 3 a 7 de setembro de 2008, a Biblioteca Nacional, parte do Conjunto Cultural da República e vinculada à Secretaria de Cultura do DF, promove a I Bienal Internacional de Poesia de Brasília (BIP), ocupando vários espaços urbanos com uma programação ambiciosa. Um belo presente para a cidade que acaba de ser eleita pelo Bureau Internacional de Capitais Culturais a Capital Americana da Cultura 2008.

Escritores e estudiosos reconhecidos internacionalmente estarão na capital brasileira para participar de atividades que vão de sessões livres de recitais a conferências e debates. A BIP será realizada em salas da Biblioteca Nacional, do Teatro Nacional e de vários outros espaços, pertencentes ou não ao governo local, além de bares, cafés, escolas, livrarias, e também ao ar livre. Os eventos não se restringirão a Brasília – os poetas invadirão outras cidades do DF e do Entorno. A programação ainda não está fechada, mas o evento, segundo o diretor da Biblioteca, Antonio Miranda, já conta com patrocínio de entidades nacionais e internacionais e apoio de diversas embaixadas, além do interesse de poetas brasileiros e estrangeiros.

As novas tendências da poesia contemporânea brasileira e internacional estarão representadas em diversas linguagens – escrita, falada, musical, performática. Estão previstas sessões de poesia visual, varais, exposições de banners gigantes, exibição de documentários, projeção de textos nas paredes externas de monumentos da Esplanada dos Ministérios, além da realização de oficinas, concursos, seminários e conferências.

A Bienal de Poesia, da forma como está sendo pensada, tem tudo para exercer o papel agregador que falta ao cenário poético da capital brasileira, que conta com bons escritores, muita atividade literária, mas de forma segmentada e fragmentária. Espera-se que a Poesia se desnude de paletós e gravatas e invada as ruas de Brasília, atraindo não apenas os freqüentadores de alguns auditórios isolados, como também a moçada que discute literatura nos bares. Este será o primeiro grande desafio da Bienal. O segundo será a continuidade, para que possa, de fato, ser chamada de Bienal – ou, quem sabe, até Anual, por força do sucesso.

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Novas opiniões sobre a Bienal de Poesia

O jornalista e escritor Jason Tércio, que vive em Brasília, contesta algumas opiniões emitidas na postagem anterior. A seguir, algumas colocações dele sobre a futura (torçamos!) Bienal Internacional de Poesia de Brasília e a Feira do Livro:

"A Feira é realizada no melhor espaço possível numa cidade cujo comércio e fluxo de pessoas se encontra quase exclusivamente em shopping." Tércio se diz contra isolar feiras e bienais (como no Rio) em lugares distantes;

Para ele, dizer que "público de shopping não é, por definição, público leitor" é "visão estereotipada, preconceituosa e rançosa";

Os motivos da pouca leitura são estruturais e históricos, lembra Tércio. Por isso, prossegue, "deveria haver feira de livro não só em shopping, mas em supermercado, em boate, em farmácia, em festa rave, em boteco, calçada, enfim, todo lugar", lembrando que o que estimula a leitura é política de governo, preço mais baixo, incentivo nas escolas etc;

Tércio acha que a Bienal de Poesia pode até ser realizada simultaneamente com a Feira, mas também por uma questão de espaço, não no Pátio Brasil. Ele sugere o Teatro Nacional, que tem três boas salas e espaço para os poetas venderem seus livros;

"Não considero como opção aquele monumento natimorto chamado Biblioteca Nacional, que é um belo bolo embolorado por dentro", afirma;

E continua: "Esperar que a poesia promova 'um mundo menos mercantilista e mais humano' é atribuir responsabilidade demais à poesia. Poetar é um ato lúdico."

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Uma Bienal de Poesia em Brasília?

Anuncia-se para setembro do próximo ano a I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, com o patrocínio da Biblioteca Nacional (leia-se Secretaria de Cultura do DF, pois a Biblioteca, juridicamente, não existe) e da Câmara do Livro do DF. O evento, de acordo com os organizadores, trará escritores, críticos e leitores (importante! Se trouxé-los, será sucesso) do Brasil e outros países para participar de leituras, conferências, debates, concursos, oficinas, exposições e apresentações públicas de todos os tipos.

Trata-se, em princípio, de uma grande notícia e é bom que comecemos a discuti-la. Portanto, todo o espaço necessário neste blog está, desde já, disponível para isso.

A primeira questão que me ocorre é a intenção de promovê-la "junto com a Feira do Livro de Brasília", um evento de responsabilidade da Câmara do Livro. Atenção: a Feira do Livro tem acontecido há vários anos em espaço absolutamente inadequado, o shopping Pátio Brasil, movido pela intenção de levar para a feira as pessoas que circulam por lá. Ora, público de shopping center não é, por definição, público leitor, embora seja, também por definição, público consumidor. Logo, uma Feira do Livro em shopping center não estimula necessariamente a leitura, embora estimule o comércio de livros.

A Feira do Livro de Brasília é um evento com intenções acima de tudo comerciais, e é preciso cuidado para não contaminar a BIP com esses propósitos. Posso parecer arrogante e purista, mas defendo que seria melhor caracterizar tal evento de poesia como um momento de contemplação, reflexão e apreciação da arte poética; uma grande confraternização de artistas que lutam, cada um em seu país, sua cidade, sua região, por um mundo menos mercantilista e mais humano; enfim, uma grande reunião de criaturas questionadoras que, ao desequilibrar a "normalidade" social, tornam o mundo um pouco mais equilibrado.

É claro que haverá venda de livros e é bom que um grande público compareça ao evento e os livros circulem bastante, como conseqüência natural de um evento de sucesso.

Contra o vínculo à Feira do Livro, um outro argumento: dois eventos que se pretendem grandes não podem acontecer juntos, ao mesmo tempo, pois fatalmente um sufocará o outro. No caso, é evidente que a Poesia sairá perdendo.

Também é importante que a organização já vacine a Bienal de Poesia, desde já, contra uma das mais graves doenças do mundo cultural brasileiro: a falta de continuidade. Em 1998, foi realizada, com grande sucesso, a I Bienal de Poesia de Belo Horizonte. Mas, como não aconteceu outra, ela desmentiu a si mesma - deixou de ser bienal - e foi lamentavelmente esquecida.

Leia aqui todas as notas e informações sobre a Bienal Internacional de Poesia de Brasília publicadas neste blog.