ARQUEOLHAR NA OFF FLIP, EM PARATY

Os visitantes e participantes da Festa Literária Internacional de Paraty terão a oportunidade de conhecer (e adquirir!) o livro de poemas Arqueolhar, deste escriba, no dia 5 de julho, sábado. Sou um dos autores convidados da Off Flip - Circuito Paralelo de Idéias, um dos muitos eventos agregados à imensa e intensa programação da Festa.

Arqueolhar está incluído no lançamento coletivo que reunirá diversos autores convidados da Off Flip, entre os quais Alice Ruiz, Chacal, Frederico Barbosa, Jeanette Rozsas, Marcelino Freire, Nelson de Oliveira, Orlando Tejo e Ovídio Poli Junior, num total de 32 autores. O evento acontece a partir das 20h, logo após a entrega do Prêmio Off Flip de LIteratura, na Villas de Paraty Pousada.

FESTIVAL DE POESIA DE VARGINHA


Este escriba participa do Festival de Poesia Falada de Varginha no próximo sábado, 28, apresentando o poema acima [Clique sobre o texto para para lê-lo]. Participam 20 poemas, de autores de vários estados do Brasil. O evento acontece no Teatro Marista, no centro da cidade mineira.

BIENAL DE POESIA PROMETE AGITAR BRASÍLIA

Saraus poéticos, exibição de filmes, projeção de audiovisuais, exposições de artes plásticas, apresentações musicais - todas essas linguagens, sempre girando na órbita da poesia, comporão a programação da I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, que acontece de 4 a 7 de setembro. O evento terá ainda o Simpósio de Crítica de Poesia, coordenado pela professora e poeta Sylvia Cintrão, da UnB.

Os organizadores trabalham, agora, para fechar a programação, que contará com dezenas de poetas convidados, do Brasil e exterior. Um dos eventos que promete agitar a cidade é o Poemação, que reunirá autores de diferentes estilos em bares e cafés da cidade. Destaque para o Café Martinica (303 norte), que contará com a apresentação de um grupo selecionado de poetas jornalistas. O Martinica também abrirá seu espaço para um espetáculo do Oi Poema, grupo que reúne Luís Turiba, Amneres Santiago, Nicolas Behr, Bic Prado e Cristiane Sobral, entre outros.

A abertura do evento, no dia 4, terá uma apresentação do ex-titã Arnaldo Antunes. Entre os autores do exterior, virão, entre outros, os peruanos Antonio Cisneros, Manuel Pantigoso e Mario Delgado, o português Luis Serguilha, os espanhois Eduardo Garcia, Juan Pajares, Alicia Miralles e Juan Carlos Reche, entre outros. Entre os brasileiros, destaque para Capinan, Affonso Romano de Santanna, Fabrício Carpinejar, Alice Ruiz, Sylvio Back, Horácio Costa, Xico Chaves e Floriano Martins.

Leia
aqui todas as notas e informações sobre a Bienal Internacional de Poesia de Brasília publicadas neste blog.

PROGRAMAÇÃO DE CINEMA É DESTAQUE DA BIENAL DE POESIA

A Mostra de Cinema-Poesia da I BIP, que ocupará o Cine Brasília na primeira semana de setembro, vai oferecer oito imperdíveis filmes sobre poetas brasileiros. Em dois longas, um média e cinco curtas, entre ficção e documentário, todos premiados, o público vai ver a história e a poesia de Castro Alves, Cruz e Sousa, Cora Coralina, Cassiano Nunes e Paulo Leminski, Waly Salomão, Chico Alvim, Chacal e Helena Kolody.

Os dois longas narram a conturbada e apaixonada trajetória de Castro Alves (Retrato Falado do Poeta), sob a direção magistral de Silvio Tendler; e de Cruz e Sousa (O Poeta do Desterro), o primeiro simbolista brasileiro, biografado por Sylvio Back. Entre os curtas está mais um de Back, A Babel da Luz, em que o polêmico cineasta e poeta catarinense revela a poetisa sulista Helena Kolody, então com 80 anos.

Outra poetisa protagonista da mostra é a goiana Cora Coralina, homenageada em dois belos curtas pelos cineastas brasilienses Waldir Pina (Cora Coralina: O Chamado das Pedras) e Armando Lacerda/Vicente Fonseca (Cora Doce Coralina). Também de Brasília é a produção de Viva Cassiano!, com que Bernardo Bernardes celebra o poeta Cassiano Nunes, patrimônio da literatura brasiliense, falecido no ano passado.

Assaltaram a Gramática, de Ana Maria Magalhães, apresenta em linguagem de videoclipe os poetas da geração chamada marginal, Paulo Leminsky, Chico Alvim, Waly Salomão e Chacal numa ficção performatizada. Raridade, o documentário homenageia Ana C. César e tem Lulu Santos, os Paralamas e Scarlet Moon na canção-tema. A mostra da BIP traz ainda o desenho animado O Poeta, de Paulo Munhoz, filme premiadíssimo e que tem novamente Leminsky na trama, além de Fernando Pessoa.

Mostra de Cinema Poesia na I BIP – No Cine Brasília

4 e 5/9, às 20h: A Babel da Luz (Sylvio Back) e Cruz e Sousa, o Poeta do Desterro (Sylvio Back).
6 e 7/9, às 20h: Cora, Doce Coralina (Armando Lacerda e V. Fonseca) e Castro Alves – Retrato Falado do Poeta (Silvio Tendler).
4 a 7/9, às 16h30: O Poeta (Paulo Munhoz), Cora Coralina - O chamado das pedras (Waldir Pina), Assaltaram a Gramática (Ana Maria Magalhães) e Viva Cassiano! (Bernardo Bernardes).

(Com informações da Assessoria da Biblioteca Nacional de Brasília, que promove o evento)

POESIA SOBRE AS ÁGUAS

Em Brasília já é tempo de seca, mas quando se fala em poesia a previsão é de chuva na horta. Neste fim de semana (21 e 22), o grupo OiPoema levou poetas e grande público a navegar nas águas do Lago Paranoá. Desta vez, com três convidados especiais: Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto e Alexandre Brito, do grupo AmeOpoema, de Porto Alegre. A bordo da Barca Brasília, a poesia deitou e rolou durante mais de três horas. Na foto acima, Luís Turiba, Bic Prado, Nicolas Behr, Cris Sobral e Paulo Djorge, que compõem o OiPoema, fazem as primeiras intervenções, ainda à luz do pôr-do-sol. Abaixo, Alexandre Brito, Ronald Augusto, Ricardo Portugal e Ricardo Silvestrin posam para o painel histórico da Barca.

Além de interpretar seus poemas, os gaúchos também mostraram um criativo trabalho musical, cantando algumas canções do cd Música Legal com Letra Bacana. O tipo de música que eles fazem é isso mesmo. Quem não foi, perdeu. Na imagem abaixo, o registro do grupo no palco.

Durante o passeio, outros poetas convidados deram seu recado, inclusive este que lhes fala (foto abaixo).

A presença dos poetas do AmeOpoema em Brasília, participando da Barca Poética e promovendo um lançamento coletivo no Café da Rua 8 (CLN 408, bloco B) na sexta, 20, contribuiu para agitar a cena literária brasiliense neste fim de semana. Espera-se que tenham levado boas lembranças.

Quem estiver em Brasília pode programar um passeio na Barca com o comandante Edmilson (61 8419-7192). Quem estiver navegando na internet, pode visitar os sítios do AmeOPoema, do Ricardo Silvestrin, do Ronald Augusto e da Editora Éblis.

AME O POEMA

O grupo AmeOpoema chega a Brasília nesta sexta-feira, 20, para um lançamento coletivo de livros, no Café da Rua 8 (CLN 408, bloco B). Haverá um sarau, autógrafos, bate-papo, essas coisas que reúnem as pessoas em torno dessa poção mágica chamada poesia. Comparecerão Alexandre Brito, Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto e Ronaldo Machado, do time dos gaúchos, a que se unirão Luís Turiba, Nicolas Behr, Fred Maia e Ricardo Portugal, de Brasília. AmeOpoema, além de um grupo, é uma editora premiada. O Prêmio Açorianos, da Secretaria de Cultura de Porto Alegre, reconhece a qualidade dos livros, da idéia e dos autores. O propósito do grupo tem tudo a ver que a inquietação que move a poesia.

CHUVA DE POESIA EM BRASÍLIA

A Câmara do Livro do DF anuncia para esta quinta-feira, 19, uma Chuva de Poesia em Brasília. Está marcada para as 17h, na área externa do Museu da República, no Eixo Monumental, entre a Catedral e a Rodoviária.

Será uma chuva estranha, porque vai chover para cima. Acontecerá assim: centenas de poemas subirão pelos ares, dentro de balões de gás. Então só vai chover mesmo quando os balões descerem... o que ninguém sabe quando ou onde acontecerá.

De acordo com a Câmara, a pessoa que encontrar um desses balões deve retirar o poema e informar à entidade, por telefone ou e-mail, seu nome, endereço e um código impresso no poema, para posteriormente receber pelos correios uma antologia com os trabalhos que fizeram parte da Chuva.

Às 19h, haverá outro evento, no auditório do Museu: o lançamento oficial da I Bienal de Poesia Internacional de Brasília, a XXVII Feira do Livro e o XXIV Prêmio Global de Poesia sem Fronteiras de Línguas e de Formas de Expressão, promovido pelo Centro Gianni Estudi Bosio, da Itália.

A má notícia: os livreiros que promovem a Feira do Livro de Brasília não tiveram a coragem de abandonar os corredores externos do shopping Pátio Brasil e fazer um evento grandioso, vinculado de fato à Bienal Internacional de Poesia. Pelas presenças prometidas e programação prevista, a Bienal tem tudo para ser um acontecimento marcante. A Feira continuará como nos últimos anos.

FESTIVAL DE POESIA EM VARGINHA

A cidade de Varginha, no sul de Minas, realiza no sábado, 28, seu Festival de Poesia Falada. É evento tradicional, que nos anos 70/80 já reunia poetas reconhecidos, de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e outras origens. Este ano, o festival recebe Mano Melo, cearense radicado no Rio, Alê Machado e Márcio Cassoni, de São Paulo, Glênio Vilela, de Belo Horizonte, e vários poetas vindos de Minas, São Paulo, Rio, Mato Grosso do Sul - interior e capitais. Este escriba também foi selecionado. Três representantes de Varginha serão escolhidos na sexta, 27, para se unirem no sábado aos outros 17 poetas, que apresentarão seus trabalhos, pessoalmente ou por intermédio de outros intérpretes. O evento será realizado no Teatro Marista, centro de Varginha, a partir das 20h.

BIZARRAS CRIATURAS MUTANTES (BCM) [1]

O desequilíbrio ecológico, desastres naturais e a explosão demográfica são as causas mais prováveis do aparecimento no interior do Brasil de um ser mutante identificado pelos cientistas como homo bregus, popularmente conhecido como breganejo. As teorias mais aceitas indicam que se trata de um fenômeno involucionista, que fez surgir um ramo horizontal na escala ascendente da evolução do homo sapiens.

A mutação da criatura se deve ao derretimento da área do cérebro responsável pelo bom gosto, fato cujas causas são ainda desconhecidas pelos cientistas. Concomitantemente ocorrem profundas alterações nas cordas vocais desses indivíduos, levando-os a emitir ondas sonoras características, uma inusitada mistura de tons e semitons altamente prejudicial aos cérebros de indivíduos normais, que dessa forma passam por idêntica mutação. É fenômeno semelhante ao dos lendários vampiros, que ao se alimentar do sangue de pessoas normais as transformam em novos vampiros.

A terceira característica comum a tais criaturas, também motivo de polêmicas entre os pesquisadores, é a sua incapacidade de ter vida autônoma e independente, o que freqüentemente os leva a reunir-se dois a dois (veja foto). Essa forma de hermafroditismo bicorpóreo os torna gêmeos siameses unidos não pelos corpos, mas por ondas cerebrais e sonoras interdependentes.

De acordo com alguns cientistas, há indivíduos normais resistentes à ação dos breganejos. A razão para isso parece ser o desenvolvimento de bom gosto musical desde a infância, o que lhes criaria uma capa protetora eficiente. Ouvidos moucos também são excelente proteção. Os cientistas, no entanto, divergem quanto ao grau de resistência e vulnerabilidade. É conhecido o caso de um cineasta brasileiro que, ao realizar um filme sobre essas criaturas, foi inoculado pelo veneno sonoro e tornou-se um deles. Também há registros de casos de contaminação de pesquisadores, jornalistas, artistas e até um presidente da República (o que, convenhamos, não quer dizer muita coisa).

A mutação dos homo bregus tem sido muito explorada pela indústria musical, devido ao seu alto potencial lucrativo, o que torna ainda mais difícil a sua cura, devido aos altos investimentos na disseminação da doença - ou seja o que for esse fenômeno, que alguns cientistas insistem em inserir na categoria de desarranjo psicossocial, e não de doença.

Sabe-se, com certeza, que é ocorrência extremamente contagiosa, podendo alastrar-se por comunidades inteiras. Há casos conhecidos até em países civilizados, o que leva muitos cientistas a alertar para um perigo que talvez seja maior que originalmente suposto. De acordo com esses estudiosos, há teoricamente o risco de toda a civilização humana ser afetada, o que reduziria os resistentes a uma pequena seita.

Poema de amor

Um retrato

Alexandre Marino

Teu olhar me abraça, mulher,
e me sobrevoa
como o silêncio das corujas
como os que temendo os abismos
à borda de si mesmos se debruçam

Tua viagem imóvel
faz de mim um pirata arrependido
que naufraga em si próprio
para não morrer no mar como um corpo estranho

E diante de teu rosto permaneço estático
deixando que teus olhos se escorreguem
sobre minha superfície pálida

(Eu bebo soluços, mulher,
e vomito sonhos
por não ter como os engolir)

É o que sente um homem
ao levantar o rosto e rever-te nua
refletida nas estrelas entre roupas no varal
e ao tentar voar descobrir que a lua
se desprendeu da poça d´água
e despenca no quintal

E eu revolucionário aleijado
que jogo sal no café
entre poemas e biscoitos
sem poder tomar em armas
ou destruí-las todas
miro mais uma vez o teu retrato
e sorrio quando teu cheiro
invade o quarto

Mas antes que me asfixies com um sorriso
eu bebo a multidão para ficarmos sós
e sem procurar caminhos
ou dividir fronteiras
fecho os olhos como um pescador de almas
que perdeu a linha
e se feriu com os anzóis.


Publicado no livro
O delírio dos búzios (Varanda, 1999), Um retrato venceu o XI Festival de Poesia Falada de Varginha em 1986. Voltaremos ao Festival este ano.

Poesia no Jardim da Filosofia

O poeta Luís Turiba volta a falar de poesia nesta quarta-feira, 4 de junho, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, desta vez na companhia do músico Zeca Baleiro. O tema do encontro é "A música da palavra e a palavra na música". O projeto chama-se Jornada de Poesia no Jardim da Filosofia e a sua curadora, Viviane Mosé, será a apresentadora. O evento acontecerá na primeira quarta-feira de todos os meses, até outubro.

Poesia e vinho no Mosaico

O Espaço Cultural Mosaico vai aos poucos marcando presença em Brasília com eventos artísticos. Localizado na entrequadra 714/715 Norte, o Mosaico oferece oficinas de arte, workshops, peças de teatro e outros encontros periódicos. Quinzenalmente, às terças-feiras, promove o Poesia e Vinho, quando o ator e poeta Adeilton Lima recebe um convidado para conversar e apresentar seu trabalho. No dia 27 de maio, lá esteve o poeta Luís Turiba, dando uma pequena amostra do novo livro que prepara (foto). Isto não é propaganda - é apoio sincero. É o que o Espaço Cultural Mosaico merece e espera do público em geral. Brasília precisa de iniciativas desse tipo. O telefone de lá é o 3032-1330. É possível que algum evento programado interesse a você.