BOB DYLAN CHEGA PARA O NATAL


O cantor e compositor Bob Dylan lança em outubro um álbum de canções natalinas, Christmas in the heart. A notícia soa como algo inusitado mesmo na biografia de um artista em permanente estado de mutação, até que se expliquem algumas coisas.

Dylan vai doar todos os royalties sobre as vendas dessas gravações nos Estados Unidos para a ONG Feeding America, garantindo, somente nos feriados da virada do ano, mais de 4 milhões de refeições para 1,4 milhão de pessoas que passam necessidades naquele país. Além disso, ele contribuirá com duas entidades internacionais para atender milhões de pessoas carentes no Reino Unido e no mundo em desenvolvimento, e doará perpetuamente todos os royalties das vendas internacionais do álbum para essas entidades.

Para Dylan, "é uma tragédia que mais de 35 milhões de pessoas, somente neste país, sendo 12 milhões de crianças, vão para a cama com fome e acordem cada manhã sem saber onde será sua próxima refeição". Se na "terra da fartura" é assim, imagine aqui no sul do mundo...

A extensa obra de Bob Dylan rejeita rótulos. No entanto, suas canções de denúncia e protesto, que se tornaram clássicos, valem como contribuição para um mundo melhor. Afinal, é este o papel do artista: tocar nas feridas. Mas Dylan sabe que os podres poderes têm ouvidos moucos.

MAIS LIVROS NO MERCADO


A Câmara Brasileira do Livro (CBL) acaba de divulgar a pesquisa anual sobre produção e venda do setor editorial, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo. Um dos destaques foi a constatação do aumento do número de títulos publicados: 13,3%. Pela primeira vez, foi ultrapassada a marca de 50 mil novos títulos lançados em um ano.

Houve aumento
de 20% no número de exemplares, descontada a variação nos programas de compra do Governo Federal. Como se sabe, o livro didático é um livro para leitura compulsória, e por isso não deve ser considerado em interpretação de pesquisas sobre venda de livros e índices de leitura.


Também se deve às compras
governamentais o aumento do preço médio nominal de 8,4% dos livros, de 2007 para 2008, já que os livros para o ensino médio, com maior número de páginas, tiveram preço maior. Sem considerar os didáticos, a CBL entende que os preços tiveram redução de 3,68%, considerada a variação do IPCA no período. Contrariando, assim, a recente bronca do presidente Lula no setor livreiro, acusado por ele de subir os preços dos livros, apesar da desoneração do PIS e da Cofins sobre o livro, em 2004.