Poesia para unir Brasil e Argentina

Uma antologia bilíngüe de poesia contemporânea brasileira e argentina, com o objetivo de integração e intercâmbio de experiências estéticas entre os dois países, além de, é claro, divulgação mútua de obras e autores. Esta é a atual empreitada do escritor Ronaldo Cagiano, que selecionou 78 poetas, muitos dos quais de Brasília - um deles é este escriba que lhes fala.

Entre os convidados, constam nomes como Affonso Romano de Santanna, Anderson Braga Horta, Claudio Sesín, Daniel Chirom, Alejandro Acosta, Donizete Galvão, Micheliny Verunschk, Fabrício Carpinejar, Miguel Sanches Netto, Eduardo Dalter, Enrique Traverso, Francisco Alvim, Francisco Kaq, Juan Gelman, Marcos Siscar, Reynaldo Jardim, Ruy Espinheira Filho, Whisner Fraga e Reynaldo Valinho Alvarez, para ficar em algumas amostras. Os textos serão traduzidos por poetas de competência reconhecida nessa arte, como Anderson Braga Horta, Jerônymo Rivera e Ronaldo Costa Fernandes.

O livro, a ser publicado pela Thesaurus, de Brasília, deve ser lançado por ocasião da Feira do Livro de Buenos Aires, em junho do próximo ano. Aliás, Ronaldo Cagiano participa ainda de outra empreitada com intenções de integração - seu livro Dicionário de pequenas solidões vai circular com o selo da Editora Língua Geral, criada pelo escritor angolano José Eduardo Agualusa, voltada para autores lusófonos, com o objetivo de aproximar países e culturas de língua portuguesa. Autógrafos na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, no dia 31, terça-feira, a partir das 19h30.

O violão de Eustáquio Grilo

O violão mágico de Eustáquio Grilo estará em ação no próximo sábado, 4 de novembro, no Clube do Choro de Brasília (próximo ao Centro de Convenções), como convidado do Projeto Prata da Casa. Irmão, sobrinho e neto de músicos, Grilo é violonista clássico, fiel às raízes da música popular brasileira e latino-americana. Nascido em Passos (MG), é professor da Universidade de Brasília e da Universidade Federal de Uberlândia, além de ex-professor da Escola de Música de Brasília. Também é pesquisador da obra de Bach e do choro. Grilo também tem dado grande contribuição a espetáculos e discos gravados em Brasília, mas são raras as oportunidades de ouvi-lo. Mais uma razão para não perder esse espetáculo. Ele promete tocar um pacote de peças originais, incluindo a Tocata Cici e Tiloca, homenagem a seus pais. O espetáculo começa às 21h30. Informações e ingressos antecipados: 3327-0494. Estaremos lá!

Guimarães Rosa no Correio Braziliense

Duas biografias de Guimarães Rosa e um romance inspirado em sua obra são os temas de extensa reportagem que publiquei hoje, sábado, 28/10, no caderno Pensar do Correio Braziliense. A primeira biografia é uma reedição - Joãozito, a infância de João Guimarães Rosa - de autoria de Vicente Guimarães, tio e amigo de infância do escritor, ele próprio autor de literatura infantil, mais conhecido pelo pseudônimo de Vovô Felício. A segunda biografia ainda está no prelo da editora brasiliense LGE - Sinfonia Minas Gerais, um trabalho volumoso do escritor goiano Alaor Barbosa. E o terceiro livro é o romance Nhô Guimarães, do baiano Aleilton Fonseca. Os textos ocuparam 5 páginas do Pensar. Foi uma leitura proveitosa e um trabalho gratificante.
[Leia no Sítio do Alexandre Marino a íntegra da reportagem]

Um encher de alma

A figura e a obra do poeta Fernando Mendes Vianna, ambas refinadas e provocadoras, foram relembradas, celebradas e recitada por poetas, professores universitários, cantores e outros manifestantes, num sarau de lágrimas e emoções. Fernando foi a razão e a fonte de energia do 3o. Curto Circuito Poético, realizado no sábado, 14 de outubro, no Quiosque Cultural do Ivan, no Conic, área folclórico-popular de Brasília. O evento ocorre sempre no segundo sábado de cada mês.

Fernando "era um encher de alma", bem definiu o editor Victor Alegria. Depois dos emocionados comentários do Victor, os presentes tiveram o privilégio de ouvir leituras de poemas do Fernando, incluindo alguns inéditos, que desde a sua morte, em setembro, vêm saltando de seus cadernos de poetar.

A artista plástica Tânia Mendes Vianna, viúva do poeta, cedeu os trabalhos inéditos para a leitura. Seu filho Rafael também esteve discretamente presente. A emoção uniu muita gente em torno do palco - a professora Mazé, da UnB; os poetas Nicolas Behr, Amneres, João Carlos Taveira, Walter Silveira, e o criador deste Blog [foto], além dos organizadores do evento, Ivan Silva, Luis Turiba e Paulo Cac.

Radicais Livres - No mesmo espaço, houve também a apresentação vivíssima, renovadora e inusitada do grupo poético Radicais Livres – jovens da cidade de São Sebastião que trabalham e buscam a cidadania por intermédio da música, do teatro e, principalmente, da poesia. Um show à parte, que começa a fazer diferença no mundo cultural do Distrito Federal.

Os Radicais Livres trabalham com a palavra como instrumento de comunicação artística há quase cinco anos. Todos moram na cidade de São Sebastião, a alguns quilômetros do Lago Sul. Lá, realizam saraus literários e performances artísticas todos os meses. O grupo, liderado pelo poeta Paulo Dagomé, é formado por jovens de grande criatividade, conscientes da força e da importância da arte e da cultura para a construção de um mundo melhor.

[Em breve, serão postadas aqui outras fotos do evento]

Pobre Caetano


Caetano Veloso livrou-se da perua que durante 15 anos atentou contra sua força criativa, mas não se livrou da mediocridade a que ela o relegou. Seu novo álbum, , é uma caricatura do outrora genial baiano que sacudiu a música e a cultura brasileiras. É uma pena.
Pensando bem, não dá para afirmar que Paula Lavigne (que, logo depois de se casar com o ídolo declarou numa entrevista que possuía nas mãos um produto de grande potencial e o transformaria numa fábrica de dinheiro) sumiu da vida de Caetano. As novas canções parecem falar quase sempre dela, ainda que seja para dizer que "cê foi a mor rata comigo".

Coisas assim: "Já chorei muito por você / também já fiz você chorar / agora olhe pra lá porque / eu fui me embora / você nem vai me reconhecer / quando eu passar por você." Ou esta pérola: "Eu sou homem / pele solta sobre o músculo / eu sou homem / pêlo grosso no nariz". É, você não acredita, mas é o Caetano.

O novo CD reúne 12 faixas dificílimas de atravessar. São melodias sem inspiração, letras ruins, arranjos medíocres. Pelo menos três faixas - Wally Salomão, Odeio e Homem - são impossíveis de ouvir até o fim. As outras você suporta, enquanto seu pensamento passeia pela estante em busca dos CDs dos bons tempos - Transa, Cinema Transcendental, Velô, Circuladô, Outras Palavras, Jóia, Cores Nomes, Qualquer Coisa... Quanta diferença!

E, para completar, a crítica musical fica babando diante de Caetano e não consegue mostrar que o reizinho está nu.

Curto-Circuito Poético: é sábado

A poesia volta a movimentar Brasília. Poetas, músicos, amantes das letras, atores e atrizes estarão reunidos para mais uma celebração da linguagem poética no 3º Curto-Circuito Poético, uma invenção do Ivan Presença, que mantém no Conic o Quiosque Cultural. O evento acontecerá no sábado, 14 de outubro, a partir das 10h, no pátio coberto do Conic (Setor de Diversões Sul), próximo ao Quiosque e ao Teatro Dulcina.

O homenageado desta vez será o poeta Fernando Mendes Vianna, falecido em setembro. Erótico e erudito, sarcástico e romântico, dramático e moleque, Fernando Mendes Vianna construiu ao longo de mais de 50 anos uma obra selvagem e universal.

Participarão, entre outros, os poetas Ronaldo Cagiano, Santiago Naud, Nicolas Behr, Amneres, Luis Turiba, Paulo Cac, Walter Silveira, João Bosco e René Bonfim, João Carlos Taveira e este escriba. O editor Vitor Alegria, da Thesaurus, fará uma breve apresentação da obra de Fernando Mendes Vianna.

Alunos de colégios e faculdades de letras de Brasília estarão presentes e participarão do evento, recebendo brindes e livros. Contatos: Paulo Cac, 8134-3234; Turiba, 7811-9875; Ivan Presença, 3225-2832 e 9601-1221.

Liga Tripa no CCBB


Você é novo em Brasília? Então vá ver o Liga Tripa no CCBB neste domingo, 8 de outubro, a partir das 17 horas, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Quem não conhece o Liga Tripa não conhece Brasília. Ah, é velho na cidade? Então vá rever a trupe que é a cara da cidade. Estaremos lá!