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SÉRGIO DUBOC É COISA NOSSA!


O cantor e compositor Sérgio Duboc é um dos pioneiros do Liga Tripa, grupo e movimento poético-musical que surgiu em Brasília no início dos anos 80. Faz parte, portanto, de uma linguagem, uma cidade e um tempo emblemáticos. Brasília havia sido inaugurada há 20 anos, e portanto era uma cidade ainda em busca de identidade. O país ainda vivia tempos de ditadura e censura. E a música do Liga Tripa, que reunia artistas vindos de várias partes do país, embalou essa cultura nascida de uma experiência absolutamente nova.

Como se vê, o Liga Tripa, que já tem mais de 30 anos, só poderia ter surgido em Brasília e sua música é capítulo obrigatório na história cultural da capital brasileira, hoje uma cidade já consolidada e com excesso de problemas urbanos e políticos, portanto, a cara do Brasil.

Sérgio Duboc é parte dessa história. E será em homenagem e solidariedade a ele que músicos e poetas de Brasília se reunirão para uma grande festa no palco do Teatro dos Bancários, na próxima quarta-feira, 14 de maio. Duboc se recupera de um problema de saúde que o surpreendeu há algumas semanas, em Goiânia, e ainda vai mantê-lo no estaleiro por algum tempo.

Mas Duboc não é qualquer um e os espíritos que tentavam conduzi-lo ao "outro lado" - segundo relato dele mesmo - devem estar convencidos que pegaram o cara errado. Duboc bateu o pé, brigou, esbravejou, se segurou, disse que não iria e não foi. "Eu disse pra eles que meu lugar é aqui e daqui não sairia", conta. "Eles, quem?" "Sei lá, uns demônios que me cercaram", disse.

Agora será diferente. O palco do Teatro dos Bancários estará lotado de amigos. Será um belo show poético-musical. Além de poesia e música, o evento contará com um bazar em que serão vendidos CDs, livros e trabalhos de artistas da cidade, com renda revertida para Sérgio Duboc. 

[poema] PELO DIA NACIONAL DA POESIA

Clique na imagem para ampliar.
Comemorando o Dia Nacional da Poesia, 14 de março. Uma data para nos lembrar que a poesia está presente em todas as horas e todos os dias. 


FLIPASSOS, LÁ VOU EU


Praça da Matriz de Passos, Minas Gerais. Minha terra. Nesta praça, dei meus primeiros passos, fiz meus primeiros grandes amigos, namorei pela primeira vez. Nesta igreja transgredi pela primeira vez a obrigação da missa dominical. Esta semana, volto à cidade para participar da I Feira Literária de Passos, Flipassos. Em ótimas companhias.

A POESIA MERECE


A poesia de alto quilate de Ferreira Gullar, um artista que jamais deixou escapar a dignidade e a coerência em seus mais de 80 anos, acaba de ganhar mais um prêmio merecidíssimo, o Moacyr Scliar de Literatura do RS. Para esses indivíduos estranhos, assim como eu, para quem a poesia é altamente necessária e, mais que isso, vital, é prazeroso analisar esse prêmio. Para começar, o objetivo de distinguir exclusivamente poetas e contistas, a cada dois anos, com um prêmio de R$ 150 mil, terceiro maior do país, já é um mérito. As menções honrosas para A Vida Submarina, de Ana Martins Marques, Lar, de Armando Freitas Filho, Em Trânsito, de Alberto Martins, e Aleijão, de Eduardo Sterzi, também me parecem merecidas, especialmente para os dois primeiros, que eu li. 

Na lista de inscritos, há vários outros livros que, na minha opinião de leitor, poderiam ter sido premiados, como Nada a dizer, de Marcelo Sahea, Viavária, de Iacyr Anderson Freitas, Treva Alvorada, de Mariana Ianelli, O silêncio tange o sino, de Mariana Botelho, entre outros. São belíssimos trabalhos que revelam o bom momento da poesia brasileira, e sinto-me um privilegiado por ter lido alguns dos 152 livros inscritos. 

O Instituto Nacional do Livro do Rio Grande do Sul merece uma menção pela realização deste concurso, especialmente num momento em que, só para citar um mau exemplo, o governo de Minas Gerais, estado que sempre revelou boa literatura, ameaça acabar com prêmios tradicionais e até com o mais antigo periódico dedicado às letras neste país, o Suplemento Literário de MG.

A foto que ilustra esta postagem foi tomada emprestada à Agência Estado
e é de autoria de Fábio Motta.

FLIPIRI

Ignácio de Loyola Brandão é a principal atração da I Festa Literária de Pirenópolis (GO), ou Flipiri, que acontece nesta sexta e sábado, 13 e 14. Pirenópolis é uma linda cidade goiana adotada pelos moradores de Brasília. Fica a 150 km da capital federal e suas ruas bucólicas, com estilo colonial bem preservado, e belas cachoeiras atraem grande número de turistas.

A Flipiri é uma idéia da empresária Íris Borges, ex-presidente da Câmara do Livro do Distrito Federal. A festa deste ano é modesta, mais voltada para o público local que para os turistas. Mesmo assim, estão previstas 84 atividades ligadas à literatura, com a participação de 17 escritores, a maioria de Brasília (João Bosco Bonfim, Lucília Garcez, Rosângela Rocha, Alexandre Lobão, entre outros).

Com certeza, a Flipiri vai pegar. E teremos uma razão a mais para viajar a Pirenópolis.

PROGRAMAÇÃO DE CINEMA É DESTAQUE DA BIENAL DE POESIA

A Mostra de Cinema-Poesia da I BIP, que ocupará o Cine Brasília na primeira semana de setembro, vai oferecer oito imperdíveis filmes sobre poetas brasileiros. Em dois longas, um média e cinco curtas, entre ficção e documentário, todos premiados, o público vai ver a história e a poesia de Castro Alves, Cruz e Sousa, Cora Coralina, Cassiano Nunes e Paulo Leminski, Waly Salomão, Chico Alvim, Chacal e Helena Kolody.

Os dois longas narram a conturbada e apaixonada trajetória de Castro Alves (Retrato Falado do Poeta), sob a direção magistral de Silvio Tendler; e de Cruz e Sousa (O Poeta do Desterro), o primeiro simbolista brasileiro, biografado por Sylvio Back. Entre os curtas está mais um de Back, A Babel da Luz, em que o polêmico cineasta e poeta catarinense revela a poetisa sulista Helena Kolody, então com 80 anos.

Outra poetisa protagonista da mostra é a goiana Cora Coralina, homenageada em dois belos curtas pelos cineastas brasilienses Waldir Pina (Cora Coralina: O Chamado das Pedras) e Armando Lacerda/Vicente Fonseca (Cora Doce Coralina). Também de Brasília é a produção de Viva Cassiano!, com que Bernardo Bernardes celebra o poeta Cassiano Nunes, patrimônio da literatura brasiliense, falecido no ano passado.

Assaltaram a Gramática, de Ana Maria Magalhães, apresenta em linguagem de videoclipe os poetas da geração chamada marginal, Paulo Leminsky, Chico Alvim, Waly Salomão e Chacal numa ficção performatizada. Raridade, o documentário homenageia Ana C. César e tem Lulu Santos, os Paralamas e Scarlet Moon na canção-tema. A mostra da BIP traz ainda o desenho animado O Poeta, de Paulo Munhoz, filme premiadíssimo e que tem novamente Leminsky na trama, além de Fernando Pessoa.

Mostra de Cinema Poesia na I BIP – No Cine Brasília

4 e 5/9, às 20h: A Babel da Luz (Sylvio Back) e Cruz e Sousa, o Poeta do Desterro (Sylvio Back).
6 e 7/9, às 20h: Cora, Doce Coralina (Armando Lacerda e V. Fonseca) e Castro Alves – Retrato Falado do Poeta (Silvio Tendler).
4 a 7/9, às 16h30: O Poeta (Paulo Munhoz), Cora Coralina - O chamado das pedras (Waldir Pina), Assaltaram a Gramática (Ana Maria Magalhães) e Viva Cassiano! (Bernardo Bernardes).

(Com informações da Assessoria da Biblioteca Nacional de Brasília, que promove o evento)

I Bienal de Poesia promete iluminar Brasília

O espírito da Poesia vai visitar Brasília e lançar sobre a confusão dessa cidade, onde a beleza da arquitetura e as negociatas políticas se confundem, seu claro raio ordenador. De 3 a 7 de setembro de 2008, a Biblioteca Nacional, parte do Conjunto Cultural da República e vinculada à Secretaria de Cultura do DF, promove a I Bienal Internacional de Poesia de Brasília (BIP), ocupando vários espaços urbanos com uma programação ambiciosa. Um belo presente para a cidade que acaba de ser eleita pelo Bureau Internacional de Capitais Culturais a Capital Americana da Cultura 2008.

Escritores e estudiosos reconhecidos internacionalmente estarão na capital brasileira para participar de atividades que vão de sessões livres de recitais a conferências e debates. A BIP será realizada em salas da Biblioteca Nacional, do Teatro Nacional e de vários outros espaços, pertencentes ou não ao governo local, além de bares, cafés, escolas, livrarias, e também ao ar livre. Os eventos não se restringirão a Brasília – os poetas invadirão outras cidades do DF e do Entorno. A programação ainda não está fechada, mas o evento, segundo o diretor da Biblioteca, Antonio Miranda, já conta com patrocínio de entidades nacionais e internacionais e apoio de diversas embaixadas, além do interesse de poetas brasileiros e estrangeiros.

As novas tendências da poesia contemporânea brasileira e internacional estarão representadas em diversas linguagens – escrita, falada, musical, performática. Estão previstas sessões de poesia visual, varais, exposições de banners gigantes, exibição de documentários, projeção de textos nas paredes externas de monumentos da Esplanada dos Ministérios, além da realização de oficinas, concursos, seminários e conferências.

A Bienal de Poesia, da forma como está sendo pensada, tem tudo para exercer o papel agregador que falta ao cenário poético da capital brasileira, que conta com bons escritores, muita atividade literária, mas de forma segmentada e fragmentária. Espera-se que a Poesia se desnude de paletós e gravatas e invada as ruas de Brasília, atraindo não apenas os freqüentadores de alguns auditórios isolados, como também a moçada que discute literatura nos bares. Este será o primeiro grande desafio da Bienal. O segundo será a continuidade, para que possa, de fato, ser chamada de Bienal – ou, quem sabe, até Anual, por força do sucesso.

Leia aqui todas as notas e informações sobre a Bienal Internacional de Poesia de Brasília publicadas neste blog.

Uma Bienal de Poesia em Brasília?

Anuncia-se para setembro do próximo ano a I Bienal Internacional de Poesia de Brasília, com o patrocínio da Biblioteca Nacional (leia-se Secretaria de Cultura do DF, pois a Biblioteca, juridicamente, não existe) e da Câmara do Livro do DF. O evento, de acordo com os organizadores, trará escritores, críticos e leitores (importante! Se trouxé-los, será sucesso) do Brasil e outros países para participar de leituras, conferências, debates, concursos, oficinas, exposições e apresentações públicas de todos os tipos.

Trata-se, em princípio, de uma grande notícia e é bom que comecemos a discuti-la. Portanto, todo o espaço necessário neste blog está, desde já, disponível para isso.

A primeira questão que me ocorre é a intenção de promovê-la "junto com a Feira do Livro de Brasília", um evento de responsabilidade da Câmara do Livro. Atenção: a Feira do Livro tem acontecido há vários anos em espaço absolutamente inadequado, o shopping Pátio Brasil, movido pela intenção de levar para a feira as pessoas que circulam por lá. Ora, público de shopping center não é, por definição, público leitor, embora seja, também por definição, público consumidor. Logo, uma Feira do Livro em shopping center não estimula necessariamente a leitura, embora estimule o comércio de livros.

A Feira do Livro de Brasília é um evento com intenções acima de tudo comerciais, e é preciso cuidado para não contaminar a BIP com esses propósitos. Posso parecer arrogante e purista, mas defendo que seria melhor caracterizar tal evento de poesia como um momento de contemplação, reflexão e apreciação da arte poética; uma grande confraternização de artistas que lutam, cada um em seu país, sua cidade, sua região, por um mundo menos mercantilista e mais humano; enfim, uma grande reunião de criaturas questionadoras que, ao desequilibrar a "normalidade" social, tornam o mundo um pouco mais equilibrado.

É claro que haverá venda de livros e é bom que um grande público compareça ao evento e os livros circulem bastante, como conseqüência natural de um evento de sucesso.

Contra o vínculo à Feira do Livro, um outro argumento: dois eventos que se pretendem grandes não podem acontecer juntos, ao mesmo tempo, pois fatalmente um sufocará o outro. No caso, é evidente que a Poesia sairá perdendo.

Também é importante que a organização já vacine a Bienal de Poesia, desde já, contra uma das mais graves doenças do mundo cultural brasileiro: a falta de continuidade. Em 1998, foi realizada, com grande sucesso, a I Bienal de Poesia de Belo Horizonte. Mas, como não aconteceu outra, ela desmentiu a si mesma - deixou de ser bienal - e foi lamentavelmente esquecida.

Leia aqui todas as notas e informações sobre a Bienal Internacional de Poesia de Brasília publicadas neste blog.

Gerúndio perde emprego

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, demitiu o Gerúndio. A medida foi oficializada pelo Decreto 28.314, de 28 de setembro, publicada no Diário Oficial do DF desta segunda-feira, 1 de outubro. O artigo 1 detemina que "fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal".
Espera-se, agora, que o presidente da República do Brasil nomeie o Plural.

Uma esperança para a Biblioteca

A Biblioteca Nacional de Brasília recebe inestimável presente da família da poeta Marly de Oliveira, recentemente falecida. Cerca de 5 mil livros do acervo pessoal da escritora serão doados à instituição. Marly era considerada um dos grandes nomes da poesia de língua portuguesa da atualidade, e deixou uma obra que merece ser mais conhecida. Era viúva de outra sumidade da poesia brasileira, João Cabral de Melo Neto, o que dá uma idéia da importância do acervo doado à Biblioteca.

Erguida na Esplanada dos Ministérios durante o governo Joaquim Roriz sem qualquer planejamento quanto à origem, aquisição e administração de seu acervo, a Biblioteca Nacional começa a dar sinal de vida. Um dos grandes responsáveis por isso é o professor e poeta Antonio Miranda, que ainda nem foi oficialmente nomeado diretor da instituição, mas já está na luta para viabilizar o elefante branco. Graças a ele, a Universidade de Brasília (UnB) fez uma significativa doação à Biblioteca, em processo de catalogação.

A doação dos livros foi anunciada pelo embaixador Lauro Moreira, ex-marido de Marly, que na última sexta-feira, 20, fez uma palestra sobre ela e uma apaixonada leitura de seus poemas no auditório da própria Biblioteca. Moreira é embaixador do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa. E especialista em leitura de poesia.

Bric-a-Brac, Maior Idade

Bric-a-Brac, se estivesse viva, completaria 21 anos. Mas quem disse que não está viva a revista litero-cultural experimental que circulou entre 1986 e 1992, levando a poesia de Brasília a surpreender a mídia nacional? Espiritualmente vivíssima, como prova a exposição Bric-a-Brac, Maior Idade, Poética Multimídia, que será aberta no dia 14, quinta, na galeria principal da CEF, em Brasília.

O jornalista e poeta Luís Turiba, editor da revista, explica que será uma exposição retrospectiva, com novas leituras de antigos trabalhos e muitos documentos inéditos, cartas, manuscritos, etc. Haverá uma parede dedicada a novos trabalhos, que também serão publicados em forma de catálogo, como se fosse uma nova edição, "a Bric-a-Brac 2007, Maior Idade."

Também está sendo produzido um documentário-clip sobre a trajetória da publicação.

A imagem que você vê no alto desta postagem é a capa da edição 4, de 1990. Poderá ser relida na galeria da Caixa.

14 de março, Dia Nacional da Poesia


Entre as nuvens, Castro Alves declama para os anjos.
O jovem poeta faz hoje 160 anos de idade,
e continua nos fazendo chorar.