AMANHECER EM BRASÍLIA

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Amanhecer na Asa Norte, em Brasília. Com o fim do horário de verão, é melhor fotografar o por do sol. 

REYNALDO JARDIM ESTÁ VIVO

Reynaldo Jardim e a moça tatuada,
na Bienal de Poesia em 2008


A imagem de Reynaldo Jardim morto não combina com ele. Era o que havia de estranho no velório realizado no Teatro Nacional, em Brasília, na tarde desta quarta-feira, 2 de fevereiro. Reynaldo, genial jornalista, poeta e artista plástico, se é que se pode falar assim de um homem rompedor de limites, no auge da juventude aos 84 anos, foi abatido por um aneurisma. Mas seus amigos e admiradores, artistas de todos os naipes, subverteram sua morte e o declararam vivo.

Reynaldo morreu em Brasília, mas é um personagem da cultura brasileira, imune a fronteiras, espaciais ou temporais. Nos anos 50, criou o Caderno B do Jornal do Brasil, promovendo uma revolução na imprensa que perdurou pelas décadas seguintes. No ano passado, seu livro Sangradas Escrituras ficou em segundo lugar na categoria Poesia do Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. A notícia da premiação o enfureceu, por considerar que sua obra merecia apenas o prêmio máximo. Ninguém o contestou.

Nos últimos anos, tive o prazer de ver Reynaldo Jardim em inspiradas performances poéticas, durante vários eventos em Brasília. Ele foi uma das grandes personagens da I Bienal Internacional de Poesia, realizada pela Biblioteca Nacional de Brasília em 2008. A segunda bienal, que deveria acontecer no ano passado, foi adiada para este ano. Homenageado na primeira edição, será novamente homenageado na segunda. E não duvido que ele nos prepare alguma surpresa.