[história afetiva] PROTÓTIPO Nº 4

O quarto número da revista literária Protótipo foi lançado em junho de 1973, e o sucesso das edições anteriores, que atraíram notas, artigos e reportagens em grande número de jornais e revistas, deu uma certa segurança ao grupo para compreender que nossos textos já rompiam as fronteiras da cidade de Passos. No editorial, Antonio Barreto fazia referências ao “país em que as revistas literárias não passam do número três...” e onde uma cruel ditadura militar “ceifava as manifestações culturais ao alvorecer”.

Esta edição teve na capa um desenho de Marco Túlio Costa, um dos escritores do grupo. No expediente, um dado curioso: havia o diretor geral, o diretor executivo, o tesoureiro, o departamento de vendas, o departamento de propaganda, o departamento de intercâmbio; mas na verdade, todos os integrantes eram escritores e publicavam contos e poemas nas páginas da revista. Até hoje não entendi o propósito dessa divisão do grupo em cargos burocráticos, já que todos faziam de tudo. Nenhum de nós saberá explicar isso.

Nessa época, Antonio Barreto já se mudara de Passos para Belo Horizonte, onde se empregou numa pequena gráfica montada pelo também escritor Jefferson Ribeiro de Andrade, a Copibel. Jefferson editava uma revista semelhante à Protótipo, Bel´Contos, e ambas se tornaram revistas irmãs. Barreto datilografava todos os textos em estêncil eletrônico, e outros integrantes do grupo da Protótipo cuidavam das ilustrações, feitas da mesma maneira trabalhosa e rudimentar das edições anteriores, com estilete sobre o estêncil.

Além dos autores do grupo, esta edição de Protótipo também abriu suas páginas a outros autores, como Carlos Verçosa e J. Cristiniano, de Londrina (PR), Maria Aparecida Negrinho, de Guaxupé (MG) , e Carlos Alexander Mínimo, de Passos. 


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