RONALDO FERNANDES, PRÊMIO DA ACADEMIA

A poesia de Ronaldo Costa Fernandes não silencia sobre os ruídos obscenos do mundo. Seus versos são serenos, como se ao abrir a cortina ele apenas pronunciasse as palavras exatas, sem alterações na voz, para analisar a cena que desnuda. São poemas altamente líricos, coloridos com ironia sutil e imagens às vezes inusitadas, que fazem mudar o foco do sentido nos objetos descritos. É o caso, por exemplo, do intrigante Churrasco: "Da minha janela, vejo fornos crematórios. / (...) / Nos fins de semana, / começa o sacrifício de bois e rins ; e a fumaça se evola, em suas cólicas / cinzas, a passagem das horas, / o riso grotesco dos feriados (...)".
 
 Seu livro A máquina das mãos, onde se lê esse poema, valeu a Ronaldo Costa Fernandes, maranhense radicado em Brasília, o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras deste ano. Os acadêmicos Lêdo Ivo, Affonso Arinos de Mello Franco e Alberto da Costa e Silva assim explicaram a sua escolha: “Trata-se de um livro em que a experiência pessoal do poeta, convertida em linguagem, se transmuda em poemas de excelente nível, e nos quais se casam a emoção e a execução apurada, sob a regência de um rigor que não exclui a aventura e a transgressão.” A máquina das mãos foi publicado pela Editora 7 Letras, do Rio de Janeiro. 

 
Os demais vencedores do Prêmio Literário da ABL foram, respectivamente, Rodrigo Lacerda (romance Outra vida), Ângela-Lago (Marginal à esquerda) e Milton Lins (Pequenas traduções de grandes poetas), nas categorias ficção, literatura infanto-juvenil e tradução. O mais importante dos prêmios, o Machado de Assis, pelo conjunto da obra, coube ao crítico literário, professor, escritor, ensaísta e filósofo paraense Benedito Nunes.

3 comentários:

Anônimo disse...

Alexandre seu blog é espetacular, show, not°10 desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
Um grande abraço e tudo de bom
Ass:Rodrigo Rocha

Alexandre Marino disse...

Obrigado, Rodrigo. Volte sempre.

Anônimo disse...
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