A infância redescoberta |
Vasconcellos vive desde 1974 na Dinamarca, onde é reverenciado pelos museus e galerias e, é claro, também pelo público. Suas obras fazem parte de coleções de vários países europeus e dos Estados Unidos, e livros sobre ele foram publicados em edições inglesas, francesas, alemãs, entre outras.
Ele trabalha, hoje, basicamente com resina vegetal sobre tela ou madeira, às vezes usando colagens, criando obras complexas, de grande beleza plástica. Há muitos anos não produz mais gravuras como a que lhe mostrei no dia 2 de agosto, quando enfim o conheci pessoalmente.
Sem título |
Embora viva há quase 40 anos fora do Brasil, Vasconcellos é aquele mineiro típico – eu diria até um passense típico – que gosta de uma boa prosa, desenrolada com sotaque inconfundível. E é casado com uma artista igualmente talentosa, a pianista Valéria Zanini, que fez um recital inesquecível na Sala Martins Penna, tocando peças de Schubert, Schumann, Liszt, Villa-Lobos e Prokofieff.
Valéria é goiana de Anápolis. Ela e Vasconcellos deixaram o Brasil em 1973, por pressão da ditadura militar. Foram para o Chile, de onde saíram no ano seguinte, após o golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende. Partiram direto para a Dinamarca, onde encontraram terreno fértil para desenvolver sua arte.
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