A FEIRA DO LIVRO E OS ESCRITORES

 A Feira do Livro de Brasília acontece este ano no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. Começa nesta sexta-feira, 8. Finalmente a retiraram do shopping Pátio Brasil, o que é uma grande evolução. No entanto, a Câmara do Livro do DF segue cometendo seus equívocos e pouco fazendo para aproximar o público brasiliense da leitura e, mais importante, de seus escritores.

Na página da feira na internet, o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, publica um artigo sobre as virtudes do livro. Será que ele se lembra do desprezo demonstrado pelo governo do DF pela Bienal Internacional de Poesia de Brasília, que teve que ser cancelada este ano? Aliás, se o governo local tivesse algum apreço pelos livros, a Biblioteca Nacional de Brasília já estaria consolidada há muito tempo.

Mas os escritores de Brasília seguem em frente. Este ano, cinco deles - Reynaldo Jardim, Sérgio Maggio, José Rezende Jr, Anderson Braga Horta e Graça Ramos - foram finalistas do Prêmio Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), e os três primeiros, premiados. O poeta Ronaldo Costa Fernandes recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio de melhor livro de poesia do ano com A máquina das mãos.  No entanto, não vi o nome de nenhum desses autores na programação da Feira do Livro de Brasília, nem para uma palestra, um bate-papo com os leitores ou um lançamento. Assim é difícil.

Para completar, os potenciais visitantes da Feira não parecem muito preocupados com livros ou leitura. Quase todos os internautas que inseriram comentários no site da Feira do Livro estão preocupados com shows de música que, depois de anunciados, foram cancelados. Ninguém pergunta, por exemplo, por que o poeta Ferreira Gullar, que este ano completou 80 anos, lançou um novo livro e foi homenageado em vários cantos do país, não foi convidado para comparecer.

E depois querem fazer de Brasília a capital da leitura... 

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