A grande diferença entre o livro de papel e o e-book é que o e-book é apenas uma imagem projetada por um aparelho eletrônico, e não um objeto palpável. Precisa do suporte, que também serve para leitura de jornais e revistas, e certamente servirá também para veicular imagens, como fotos ou histórias em quadrinhos. As exigências do mercado farão com que uma segunda geração do kindle também sirva para tocar músicas. Assim, com o tempo, o aparelho leitor será cada vez menos leitor, e cada vez mais multiuso.
A ascensão dos e-books se deve à internet, e portanto deve ser estranho descobrir que o produto mais comprado pela internet é o livro. Livro mesmo, de papel. A informação é da empresa Nielsen/NetRatings, verificadora de consumo online, que recolheu dados em 48 países para descobrir que 41% dos 875 milhões de consumidores compram mais livros que qualquer outro objeto. Esse foi o levantamento feito nos últimos três meses de 2007. Outra informação surpreendente é que, entre esses 48 países, o Brasil ocupa a quinta posição, atrás da Coréia do Sul, Alemanha, Áustria e Vietnã.
O Brasil não é um país de leitores, mas nossa elite parece ler bem – afinal, embora não contemos com dados estatísticos a respeito, é evidente que a parcela que acessa a internet é pequena, menor ainda a que tem cartões de crédito, e ainda mais reduzida a que faz compras pela internet usando seu cartão. Pois foi essa parcela da população que colocou o Brasil nessa elite. Para se ter uma idéia, sabe-se que 20% da população brasileira tem nas mãos 66% dos livros publicados no país.
Diante de um quadro desses, o que significará a chegada do e-book ao Brasil? A pergunta está posta.
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