O governo do Distrito Federal vai pagar R$ 500 mil para a Xuxa (que não se pode classificar como cantora, atriz ou artista) subir num palco, no dia 21 de abril, e cantar com playback. Como se sabe, Xuxa só canta com playback, ou seja, ela finge que está cantando, enquanto a platéia de idiotas ouve a gravação da voz dela, com as desafinações corrigidas tecnologicamente.
Este é o "grande evento" programado para as comemorações de aniversário de Brasília. A platéia também ouvirá Cláudia Leite, brega da axé music. A moça receberá R$ 450 mil, e assim já se vão R$ 950 mil da festa dos 49 anos.
Gente idiota é o que mais existe no mundo e, em particular, no Brasil e, mais especificamente ainda, em Brasília - assim parece pensar o Governo do Distrito Federal. Nesse aspecto, não deixará de ter razão, se conseguir o que pretende - reunir 1 milhão e meio de pessoas para ver as grandes atrações da festa.
Os mentores dessa aberração comemorativa são o governador José Roberto Arruda e o vice Paulo Octávio.
O presidente da Brasiliatur, empresa do governo vinculada à Secretaria de Turismo, Rôney Nemer, deixou o cargo na semana passada, às vésperas do aniversário da cidade. Há rumores de que ele se recusou a pagar metade do cachê de R$ 800 mil para o obscuro "cantor" baiano Edu Casanova para divulgar Brasília em Salvador (essa é outra aberração de que falarei depois).
No dia 8 de abril, quarta-feira, Nemer participou da divulgação da programação dos eventos comemorativos dos 49 anos. Demissionário ou não, ele é tão cara-de-pau quanto Paulo Octávio, que acumula o cargo de secretário de Desenvolvimento e Turismo. Tanto que exibiram sorrisos amarelos para contar a glória de gastar quase R$ 1 milhão com Xuxa e Cláudia Leite.
E a Secretaria de Cultura, como fica nessa história?
É uma ilusão de ótica. Seu titular, Silvestre Gorgulho, não é da área, nada entende de cultura, e não passa de um fantoche da área de turismo do GDF. A política cultural do governo Arruda simplesmente não existe, mas o Silvestre circula com orgulho em quase todos os eventos que o pessoal do turismo inventa para fins culturais. Como bom carneirinho, ele balança a cabeça.
Veja aqui.
Um comentário:
A festa dos 49 anos de Brasília é uma ode ao fingimento:
Algumas pessoas, que fingem ser artistas, contratadas por um governo que finge que governa, se apresentando para um bando de gente que finge que gosta de música, finge que se diverte, e que ainda, de tempos em tempos, finge que vota conscientemente. Tudo isso reverberado, com pompa e circunstância, por uma imprensa que finge que ainda noticia algo que interesse.
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