DESENVOLVIMENTISMO DESTRUIDOR


Esta foto, feita por Wilson Pedrosa e publicada no jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira, 19, ilustra com perfeição o tipo de desenvolvimento proposto pelo bando de Dilma Rousseff e seu partido e que a mim, como eleitor, não interessa. Ela mostra o avanço da Ferrovia Transnordestina, como um tanque de guerra, sobre a histórica igreja de São Luiz Gonzaga, no povoado de Fazendinha, sertão de Moxotó, Pernambuco.
 
A igreja, de acordo com reportagem de Leonêncio Nossa, é um raro símbolo do Brasil Colônia, encravado na caatinga desde o século 18. Antes de chegar às proximidades da igrejinha, as máquinas sedentas do desenvolvimentismo a todo custo passaram por cima de velhas baraúnas, também cultuadas pelas cerca de 200 famílias descendentes de africanos e portugueses, que vivem no local.

Há um livro que conta a história do povoado e da igreja, e cita os ancestrais dos nativos enterrados dentro da igreja, alguns deles personagens históricos. Uma equipe de arqueólogos contratados pela Odebrecht já andou revirando as ossadas.

Muitos dos nativos vivem da bolsa-família, mas todos sabem do óbvio: a ferrovia passará pelo povoado como um bólido, sem deixar qualquer benefício. Os políticos locais estão em cima do muro, preocupados apenas com votos a ganhar ou a perder. E a ferrovia, que poderia muito bem fazer uma volta ao redor do sítio histórico, aguarda apenas a destruição de mais um de nossos bens culturais para seguir em frente.


[Foto: Wilson Pedrosa, Agência Estado]

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