Lembranças
PublishNews - 20/1/2006
Ao abrir a porta de um velho armário abandonado num porão, o poeta Alexandre Marino encontrou o que restou de um grande companheiro de infância: um palhaço, que ele chamava simplesmente de "Aço". Ao reaparecer, o palhaço viveu outra vez. Não se tratava de um mero objeto empoeirado, comido pelas traças, mas de uma figura real que voltava de uma longa viagem. "Aço" é um dos personagens do novo livro de poemas de Alexandre Marino, Arqueolhar (LGE Editora, 112 pp., R$ 20). Outros seres inanimados retornaram à vida a partir daquele reencontro: pedras, frascos vazios, relógios, brinquedos, objetos perdidos. Durante quatro anos, Alexandre Marino deu vida àqueles ícones de sua infância, transformando-os em poesia. Espalhou-os por um quintal do interior de Minas, e com eles percorreu ruas de uma cidade ao mesmo tempo fictícia e real. O homem quarentão reencontrou personagens que o marcaram, convocou o menino e retomou com eles um diálogo interrompido pelo tempo. Arqueolhar está sendo lançado numa parceria entre o selo do autor, Varanda Edições, e a editora brasiliense LGE, que lançou mais de 300 títulos de literatura nos últimos três anos e tem levado alguns dos escritores de Brasília às livrarias das principais cidades brasileiras.
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